Tentativa de intimidação inaceitável

Diretor Bob Ragusa diante do automóvel da advogada da Replan

 

Já é comum em nossas mobilizações que a Petrobrás utilize de pressão e intimidação para furar o movimento dos trabalhadores. Essa prática antissindical vem sendo constantemente denunciada e a direção do Unificado sempre reintera que ninguém deve sofrer pressão e se isso ocorrer, denunciar ao Sindicato.

O que se viu nas mobilizações da semana passada, no entanto, foi um passo a mais no autoritarismo e na repressão, não por acaso, bem ao gosto do atual governo antidemocrático, que trata trabalhadores como terroristas.

No Terminal da Tranpetro de Guararema, a mobilização ocorrida no dia 26 foi acompanhada de um contingente de policiais muito maior do que o de costume, mas, felizmente, não houve confronto nem nenhum incidente mais grave.

Na Recap o clima se tornou bastante tenso quando um supervisor e alguns pelegos tentaram entrar empurrando quem estava na frente da portaria. Pior, esse tipo de ação teve a ajuda de seguranças da refinaria, que abordaram fisicamente diretores do Sindicato. Não houve revide por parte dos sindicalistas, que tinham consciência da importância do movimento e das tentativas de causar tumulto por parte da empresa. Um dos pelegos, inclusive, foi apelidado pelos trabalhadores de Capitão do Mato, em referência à postura traidora diante da categoria.

O pior incidente, no entanto, ocorreu na Replan. Também com o clima tenso desde o início do movimento e forte aparato policial, na terça-feira, 26, uma advogada da empresa jogou o carro sobre o diretor Artur Bob Ragusa. Felizmente, o dirigente foi rápido e conseguiu se desviar do automóvel; a cena foi presenciada por centenas de trabalhadores e pela polícia que estava no local, que, inclusive, chegou a aconselhar o diretor a registrar Boletim de Ocorrência e fazer exame de corpo de delito.

Mesmo nos momentos mais tensos de greves e mobilizações, sempre nos pautamos pela civilidade, pelo respeito à decisão da categoria e pela integridade física de todos, grevistas e pelegos. É inadmissível  a ocorrência de casos como esses que demonstram a escalada e a banalização da violência, resultado de um governo que prega o ódio em vez do diálogo.

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