Por Norian Segatto
No dia 6 de dezembro, após reunião com a CUT-RJ, Marconi França, um dos líderes dos caminhoneiros (há vários comandos espalhados pelo país), avisou que “o Brasil vai parar”, ao anunciar uma greve nacional a partir de 16 de dezembro contra a alta do preço dos combustíveis. “Hoje a situação do Brasil não está boa, e nós caminhoneiros viemos pedir apoio da CUT. Estamos fechados para entre o dia 15 e 16 fazermos uma paralisação, mas precisamos do apoio da população, da dona de casa, do pai de família, que não estão satisfeitos com o preço da gasolina, do óleo diesel e do botijão de gás. Então junte-se a nós porque essa briga é de todos, não é só dos caminhoneiros”, afirmou França.
CUT anuncia apoio ao movimento
“A pauta de reivindicações dos caminhoneiros independentes que marcaram uma greve nacional para segunda-feira, receberá o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT)”, afirmou a entidade, que considera justo o movimento já que a pauta de reivindicações é também de interesse de toda a sociedade brasileira.
Os caminhoneiros querem que a Petrobrás mude a sua política de preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Somente os combustíveis foram reajustados de setembro a dezembro, 11 vezes. O último reajuste feito pelo governo, do óleo diesel, principal combustível utilizado pelos caminhoneiros, foi de 2%, no dia 4 deste mês.
O valor médio do diesel nas bombas dos postos de combustíveis está em R$ 3,708. Segundo dados da dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), durante a greve dos caminhoneiros em maio de 2018, o preço do diesel estava em R$, 3,59, ou seja, abaixo do atual valor.
O movimento reivindicatório recebeu também o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL). O presidente da entidade, Paulo João Estausia, afirmou em vídeo que embora a entidade não esteja convocando a greve, ele acredita que ela é legítima e dará todo o apoio à paralisação.
Petroleiros também lutam contra a alta dos combustíveis
🎥 AO VIVO | Vai ter greve dos caminhoneiros?Acompanhe a entrevista com Alexandre Castilho, do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro-SP), sobre a greve dos caminhoneiros, marcada para a próxima segunda (16).
Posted by Brasil de Fato on Thursday, December 12, 2019
Alexandre Castilho é entrevistado na redação do jornal Brasil de Fato
A reivindicação de que a Petrobrás e o governo revejam a política de preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha é compartilhada pelos petroleiros de todo o país, que têm denunciado a política de desmonte da atual gestão como um dos fatores que pressionam a alta do preço dos combustíveis.
Durante entrevista no jornal Brasil de Fato (BdF) na quinta-feira, 12, o diretor do Unificado, Alexandre Castilho, afirmou que “o alto custo dos combustíveis acaba afetando o valor da alimentação, do vestuário, do lazer, afeta a toda a sociedade. Fazer uma luta contra o preço do combustível melhora a qualidade de vida das pessoas”.
Castilho explicou que durante a greve dos caminhoneiros de maio de 2018, que parou o país, a reivindicação “única” era o preço do diesel e da tabela de frete. Na ocasião, os petroleiros chegaram a encaminhar uma paralisação em solidariedade à luta dos caminhoneiros, mas apontando para uma pauta mais ampla, de baixa do preço de todos os combustíveis. “Houve, após a greve, uma aproximação dos caminhoneiros com o movimento sindical e hoje vários setores dessa categoria defendem a luta contra a privatização das refinarias, por entender que a venda das refinarias vai gerar aumento dos preços. Não vender as refinarias é o único caminho para baixar os preços dos combustíveis”, afirmou Castilho.
Confira acima o vídeo completo da entrevista de Castilho para o BdF.