Unificado participa do lançamento da Frente em Defesa da Energia

Petroleiros do Unificado participaram nesta quarta-feira, 5, do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Energia, Barragens, Saneamento Básico e Recursos Hídricos, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O evento contou com a presença de movimentos sociais e sindicatos dos respectivos setores. Uma das demandas da Frente é impedir a construção da barragem na cidade de Pedreira, região de Campinas. O Sindicato tem participado das discussões com entidades ambientais locais e é contrário à obra.
Representando os petroleiros paulistas, o diretor do Unificado Alexandre Castilho falou sobre o descobrimento do pré-sal e a importância dessas reservas para o desenvolvimento econômico do Estado e do país. “O pré-sal levou o Brasil ao topo dos principais países produtores de petróleo no mundo e São Paulo ao segundo lugar na produção nacional”, afirmou.
Castilho explicou que São Paulo possui quatro refinarias: a Replan, em Paulínia, a Revap, em São José dos Campos, a RPBC, na Baixada Santista, e a Recap, em Mauá, que respondem por cerca de 40% do petróleo refinado do país. “As refinarias têm papel estratégico no nosso estado, que é o maior produtor nacional de combustível”, contou. Ele disse ainda que o Estado de São Paulo foi duramente impactado pelo fim da regra de conteúdo local, que representava investimentos e geração de empregos.
O petroleiro enfatizou que a Petrobrás está sendo ameaçada de privatizações. “Querem vender metade das refinarias. Só não estão nessa primeira lista as unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. A venda do refino significa abrir mão do controle do preço do combustível no nosso país. Se hoje o preço está alto é porque estão forçando a Petrobrás a atuar como empresa privada. É uma estatal atuando como empresa privada, quando deveria atuar como estatal”, argumentou o dirigente sindical.

Com relação ao alto preço dos combustíveis e do gás de cozinha, Castilho atribui a culpa ao presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, que segue as orientações do governo Bolsonaro e da política econômica do ministro Paulo Guedes. “Para montar a planilha de preços de combustível, eles utilizam o valor internacional do barril de petróleo, que está na casa de quase US$ 70, sendo que poderiam usar patamares de US$ 30, que é nosso custo de produção nacional. Temos condição de que o povo brasileiro tenha acesso ao gás de cozinha, à gasolina e ao diesel a um preço justo e acessível. Privatizar faz muito mal ao Brasil”, concluiu Castilho.

Barragem

A construção da barragem em Pedreira vem sendo alvo de polêmica e recebido duras críticas de entidades ambientais e da sociedade civil, que questionam a viabilidade técnica do empreendimento e a falta de transparência e diálogo do governo do Estado de São Paulo com as comunidades envolvidas. O prefeito do município, Hamilton Bernardes Junior (PSB), entrou com um pedido de embargo da construção, que foi indeferido pela Justiça no mês passado. Em sua edição de maio, o jornal Recantos da Terra publicou reportagem sobre o assunto. Confira, acessando o link:https://issuu.com/recantosdaterra/docs/recantos_da_terra_maio_


Ponte de articulação
A Frente, coordenada pelo deputado Ênio Tatto, tem a proposta de fiscalizar a prestação de serviços públicos nesses setores, essenciais para a vida e a dignidade humana; atender e encaminhar demandas dos movimentos sociais; propor políticas públicas para essas áreas e a população; e ser a ponte de articulação entre as administrações municipal, estadual e federal e representantes das organizações civis.

“Os recursos hídricos e elétricos são essenciais para a vida humana, assim como as políticas sanitárias determinam o nível de desenvolvimento de uma cidade, de um país. Na contramão desse entendimento, enfrentamos hoje no Brasil e no Estado de São Paulo uma política entreguista que prejudica o meio ambiente, causa prejuízos aos moradores ribeirinhos e que está oferecendo à iniciativa privada nossas riquezas naturais. A Frente nasce também para combater essa última condição”, declara a deputada Márcia Lia, vice-coordenadora da Frente.

 

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