Trabalhadores da Emthos encerram greve após decisão judicial 

Greve garantiu conquistas econômicas e fortaleceu a organização dos trabalhadores terceirizados do Sistema Petrobrás

Trabalhadores decidiram pelo fim da greve nesta quinta-feira (11) após decisão judicial (Foto: Guilherme Weimann)

Por Vítor Peruch

Após dois dias de greve, os trabalhadores e trabalhadoras da Emthos Engenharia decidiram, nesta quinta-feira (11), encerrar a paralisação deflagrada no último dia 9. A decisão foi tomada em assembleia realizada na Refinaria de Paulínia (Replan), convocada pelo Sindipetro Unificado, após determinação judicial que impôs multa diária de R$100 mil caso a greve fosse mantida.

O movimento, que já havia contado com uma paralisação em 4 de setembro, garantiu ganhos econômicos e sociais à categoria. Entre eles estão: abono equivalente a 24% do salário, dividido em seis parcelas; reajuste salarial conforme a inflação; correção nos valores do ticket alimentação/refeição e da cesta natalina em alguns contratos; além da manutenção do plano médico.

“Ontem tivemos uma decisão judicial impondo multa diária de R$100 mil se o sindicato não acatasse a suspensão da greve. Mas tivemos grandes avanços em todo o processo de negociação”, afirmou Steve Austin, coordenador regional do Sindipetro. Ele destacou que a mobilização conquistou ainda vale alimentação de cerca de R$500 para todos, pagamento dos salários até o dia 30 de cada mês e melhorias no plano de saúde. “O próximo passo é o dissídio coletivo, já distribuído pelo desembargador para outra vara”, completou.

O advogado do sindicato, João Faccioli, explicou que a categoria decidiu encerrar a paralisação após a audiência no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. “O juiz determinou o retorno imediato sob pena de multa. As próximas medidas serão continuar a negociação coletiva e comparecer às audiências de conciliação que venham a ser marcadas”, disse.

Para Vereníssimo Barsante, diretor do Sindipetro Unificado, a luta dos trabalhadores foi histórica. “Além das conquistas financeiras, houve também uma vitória emocional. Eles são resistência e referência para os demais terceirizados do Sistema Petrobrás”, afirmou.

Rodrigo Araújo, também diretor do sindicato, ressaltou que a greve da Emthos abre caminho para outras mobilizações. “Mostra a importância da luta dos trabalhadores. Depois de dois dias, a empresa se viu obrigada a atender em parte o que estava sendo pleiteado. Que sirva de exemplo para outros contratos dentro do Sistema Petrobrás”, avaliou.

A greve foi deflagrada após rejeição unânime da proposta inicial da empresa, que previa apenas reajuste de 4,5%. A Emthos alegava não poder atender às reivindicações superiores aos índices previstos na licitação com a Petrobrás.

No encerramento da assembleia, os diretores do Sindipetro Unificado reforçaram a importância da mobilização dos trabalhadores terceirizados, destacando que a greve da Emthos representa um marco na organização dessa categoria dentro do sistema Petrobrás. Eles ressaltaram ainda que, apesar dos avanços conquistados, há muito a ser feito para garantir melhores condições de trabalho e ampliar direitos aos terceirizados em outros contratos da estatal.

Posts relacionados

Em resposta à FUP, Petrobrás e subsidiárias iniciam nesta terça reuniões temáticas

Maguila Espinosa

Sindipetro reinaugura sede de São Paulo com homenagem a Spis e fundadores

Maguila Espinosa

Trabalhadores da Emthos rejeitam proposta de reajuste e aprovam greve 

Maguila Espinosa

ACT 2025

Responda a pesquisa da campanha reivindicatória 2025