Em junho, empresa encerrou negociação com o Sindipetro-SP sobre um ponto polêmico da minuta da tabela de 12 horas
Por Guilherme Weimann
Nesta terça-feira (24), a gestão da Petrobrás responsável pela Refinaria de Capuava (Recap), localizada em Mauá (SP), começou a convocar os trabalhadores do regime de turno ininterrupto para tratar sobre o fim da escala de 12 horas, vigente desde o início da pandemia.
Nessas “reuniões”, os gestores estão tentando convencer a categoria de que a empresa já fez todas as alterações solicitadas pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), que, por sua vez, não estaria querendo avançar na negociação.
Entretanto, as últimas mudanças feitas pela estatal na proposta de termo negocial datam do final de 2020, que foram rejeitadas pela categoria em dezembro. Sem novos avanços, os petroleiros aprovaram uma greve no início de março deste ano, no qual um dos pontos da pauta era justamente a mudança da minuta da tabela do turno de 12 horas.
Somente após diversas mobilizações por parte dos trabalhadores, a Petrobrás aceitou abrir uma mesa de negociação. Todavia, a própria gestão da empresa encerrou as negociações em relação ao termo da tabela de turno no dia 18 de junho de 2021, no ofício “RH/RS/NS 0295/2021”.
Com isso, a empresa está tentando apontar que um eventual retorno à tabela de 8 horas, no formato 3×2 (três dias de trabalho e dois de descanso), é de responsabilidade do Sindipetro-SP, o que todos os ofícios desmentem.
Entenda
No final do ano passado, petroleiros da refinaria decidiram, em assembleias, modificar a jornada de trabalho de 8 para 12 horas, com a votação de uma nova tabela de turno. Entretanto, eles rejeitaram um ponto polêmico da minuta apresentada pela Petrobrás para implementação da nova tabela.
Este ponto, de acordo com o Sindipetro-SP, deixa margem para que a ação referente aos passivos das antigas tabelas de turno, ajuizada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em agosto do ano passado, seja inviabilizada.