Mesmo com crise, Replan bate recorde de produção de refino de petróleo

Números reforçam equívoco de venda de ativos e fatiamento da companhia lucrativa e competente na produção

Com ou sem crise, produção da Petrobrás segue em alta (Foto: Reprodução EPTV)

Maior planta da Petrobrás, a Refinaria Paulínia (Replan), em São Paulo, não tinha um agosto tão bom há muito tempo. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP), a unidade processou 1,8 bilhão de litros de petróleo, a maior produção em um único mês desde 2015.

A Replan abastece São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Goiás, Brasília e Tocantins e tem no diesel o carro chefe da operadora.

Para o diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) Arthur ‘Bob’ Ragusa os dados demonstram a importância da Petrobrás e a capacidade de atender à demanda mesmo após um período de crise causada por uma pandemia.

“Os números são claros, não há justificativa para a privatização, porque a Petrobrás atende as necessidades que são colocadas, é uma companhia competente em seu setor, com trabalhadores qualificados e dá lucro. E cada refinaria estatual abastece um mercado de combustíveis e derivados de toda uma região, interfere em setores estratégicos de energia, logística, transporte público, transporte particular, aviões e caminhões”, explica.

De acordo com Bob, a venda da maior companhia do país abre as portas para a fragilização de um segmento fundamental para a economia nacional.

“Sem a Petrobrás, perdemos a capacidade, por exemplo, de Intervir para segurar inflação, segurar preços em período de crise, para ajudar empresas e consumidores”, avalia.

Retomada

O gráfico abaixo produzido pelo economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Cloviomar Caranine traz a produção mensal da Replan neste ano.

Alguns produtos como o óleo diesel, que inicia o ano de 2020 com a produção próxima à média de 2019, tiveram forte queda em março, abril e maio, retomaram o patamar em junho e chegaram em agosto com a produção acima da média de 2019.

Os números demostram ainda, ressalta Caranine que, por um lado, o isolamento social não foi tão intenso quanto em outros países. E, por outro, que a retomada da economia se mostra um fato neste momento. Especialmente com a demanda causada pelo retorno às aulas.


Outro aspecto abordado por ele é a capacidade técnica adquirida pela companhia para se inserir em diferentes situações.


“Durante a pandemia, a Petrobrás também teve a capacidade de se adaptar rapidamente a uma realidade por conta de um processo que vem do pré-sal, a capacidade técnica de produzir óleo de bunker que aumentou as exportações e supriu a estagnação em outros setores. Além disso, havia um estoque grande a partir da paralisação que os petroleiros promoveram no início do ano. Portanto, houve a união de uma capacidade de adaptação, um período menor de produção e a ampliação da capacidade de exportação de derivados”.

Leia também: Alvo de privatização, refinaria baiana lidera produção de derivados de petróleo

Posts relacionados

Responsabilidade Social promove ação solidária de Natal na Replan

Vitor Peruch

CD da FUP reafirma luta pela isonomia e indica rejeição da contraproposta de PLR

Maguila Espinosa

Após pressão da categoria, Petrobrás inicia GT de SMS nas prestadoras de serviço

Vitor Peruch