Texto e fotos: Norian Segatto
Confira a transmissão da mesa aqui
Na manhã da quinta-feira, 25.abr, teve início o Congresso Estadual do Sindipetro Unificado. Durante dois dias, diversos debates aprofundarão as questões conjunturais, da política do governo Bolsonaro, da situação da Petrobrás e seus empregados.
A primeira mesa de debate do Congresso contou com as participações de William Nozaki, mestre e doutorando em Desenvolvimento Econômico (IE-Unicamp) e diretor técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás e Biocombustíveis ) e Danilo Silva, representante dos empregados no Conselho de Administração da Petrobrás.

William apresentou um cenário macro da produção e exploração do mundo, e da complexa situação nacional dos combustíveis. Para ele, não existe razão técnica para a Petrobrás sair do refino ou para a venda de ativos da companhia. “Vender a Petrobrás é uma opção política do governo, de trocar um monopólio nacional por um internacional”, sintetizou o economista, salientando que a Petrobrás foi tema central de discussão nas quatro viagens internacionais que Bolsonaro fez na condição de presidente do país. Em Davos [Fórum Econômico Mundial], Paulo Guedes [ministro da Economia] se reuniu com dirigentes da Total para debater a venda da Petrobrás, no Chile, a companhia brasileira também esteve na pauta de reunião, assim como em Israel e, na visita aos Estados Unidos foi criado um Fórum Brasil/EUA de energia que conta com os dois governos e com as petrolíferas Chevron e Exxon. “É algo absolutamente inédito, um Fórum com empresas estrangeiras para debater as estratégias energéticas do Brasil, é a completa submissão aos Estados Unidos”, afirmou Nozaki.
Fim da racionalidade

Em sua intervenção, o conselheiro Danilo Silva afirmou que o país vive um momento de barbárie, em que não há mais qualquer racionalidade nas decisões governamentais. Para Danilo, o novo agrupamento político que está no poder não segue qualquer regra republicana, parece que é a realidade que deve se ajustar ao pensamento desse grupo e seus interesses privados.
Danilo também alertou para os desafios que a categoria irá enfrentar no próximo período. “O anúncio da venda das refinarias é apenas o começo, o projeto de Paulo Guedes é a financeirização do Estado e a abertura completa do mercado de energia para o setor privado, isso já está tendo consequências graves no trabalho, para barrar isso temos de fazer aquilo que sempre soubemos fazer”.
A mesa foi coordena por Juliano Deptula. O Congresso continua no período da tarde, com novos debates.