O coordenador da Regional Mauá do Unificado, Auzélio Alves, foi entrevistado pela TVT para falar sobre as propostas de privatização de empresas estratégicas para o país, como a Embraer e Petrobrás.
Após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Tofolli, derrubar a liminar que proibia a venda de ativos sem o aval do Congresso Nacional, a Petrobrás anunciou que pretende acelerar seu plano de desinvestimento, que poderá atingir 70% de mais de 250 concessões de campos maduros e águas rasas. Auzélio classificou tal decisão da empresa como “crime de lesa pátria”, pelo alto poder desorganizador da economia, que tal medida poderá causar. “Consideramos [essa decisão] um erro muito grande do governo, ao longo de mais de uma década de exploração do pré-sal o Brasil possui a terceira maior reserva de petróleo do planeta e isso está sendo entregue, o que para nós é um crime de lesa pátria”.
Segundo o dirigente, caso os projetos de privatização de refinarias e outros ativos vinguem, nossa riqueza e o conhecimento acumulado pela Petrobrás irão ser apropriados por empresas e governos estrangeiros, em detrimento do povo brasileiro. “Eles ficarão com os lucros e nós com os danos ambientais”, comentou.
Auzélio também chamou atenção para as tentativas de venda das fabricas de fertilizantes, as Fafens. Para ele, com a privatização, os preços dos insumos tenderão a aumentar, encarecendo o custo do alimento na mesa do brasileiro. “O setor do agronegócio sabe disso, tem que se preocupar e vir para a discussão, precisamos de todos os setores da sociedade envolvidos nesse debate”. “A Petrobrás é uma empresa de política de governo, por isso somos contra que se abra mão de setores estratégicos, como é o caso das Fafens e da Transpetro, essa é uma política equivocada, que vai afetar toda a população”.
Confira no vídeo a íntegra da entrevista.
Não vai sobrar nada
Estão em andamento na Petrobrás 32 projetos de privatização e desinvestimentos com base na “Nova Sistemática” de desinvestimento aprovada pelo TCU, que representam cerca de US$ 30 bilhões:
- 4 privatizações de subsidiárias no Brasil (ANSA, TAG, Refinarias do Nordeste, Refinarias do Sul, associadas à venda dos respectivos terminais e dutos);
- 1 privatização de unidade operacional (UFN III);
- 1 venda de participação minoritária (BSBios);
- 3 vendas de empresas no exterior (Refinaria de Pasadena, ativos no Paraguai e POGBV);
- 25 privatizações de blocos e campos de petróleo (Polo Enchova, Polo Pampo, Pólo Pargo, Tartaruga Verde, Baúna, Espadarte, Maromba, Polo Merluza, Azulão, Juruá, Pólo Sergipe Mar – Águas Rasas, Piranema e Piranema Sul, Polo Ceará Mar – Águas Rasas, Pólo Rio Grande do Norte Mar – Águas Rasas, BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A, BM-SEA-11, BM-SEAL-10 – Águas Profundas na Bacia Sergipe-Alagoas, Polo Fazenda Belém (Ceará) – Campos Terrestres, Polo Macau (Rio Grande do Norte) – Campos Terrestres, Pólo Sergipe Terra 1, Polo Sergipe Terra 2, Pólo Sergipe Terra 3, Pólo Riacho da Forquilha, Pólo Miranga e Pólo Buracica.
As alienações de 90% da participação na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), de 100% da Araucária Nitrogenados SA (Ansa), 60% da subsidiária detentora das refinarias e ativos da Região Nordeste e 60% das refinarias e ativos da Região Sul.