Seminário sobre o SUS alerta para os perigos da privatização da saúde

Na sexta-feira, 23, ocorreu no Sindicato dos Químicos do ABC um seminário sobre o SUS (Sistema Único de Saúde), ameaçado pelo corte de verbas na saúde promovido pelo governo golpista. Recentemente, o ex-“prefake” de São Paulo, João Doria (que se licenciou para concorrer ao governo um ano três meses após ter assumido a Prefeitura) anunciou o fechamento de 108 AMAS (Assistências Médicas Ambulatoriais), em claro movimento de privatização do sistema de saúde.
O seminário contou com a participação de Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde no governo Dilma, e ex-secretário de Saúde de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad.
Padilha destacou a importância do SUS para os trabalhadores – principalmente os de menor renda e os informais, que não podem custear um plano privado – e para a prevenção de diversas doenças, a partir da adoção de de políticas preventivas (como campanhas de vacinação). Médico de formação, Padilha destacou a luta do movimento sindical para a criação do SUS, que teve como modelos os sistemas de saúde europeu e canadense.
Além de promover saúde universal e gratuita, o SUS, afirmou Padilha, tem papel indutor de avanço da economia. Para atender a 200 milhões de pessoas, o Sistema precisa de milhares de profissionais (médicos, atendentes, pessoal de escritório etc.), realiza muitas compras – de equipamentos e materiais hospitalares a remédios – o que promove o crescimento de toda uma cadeia produtiva nacional.
O ex-ministro, no entanto, alertou para a política do atual governo de sucatear e abandonar a saúde pública em favor das empresas de saúde privada (muitas ligadas aos bancos).
“Essa política de desmonte e sucateamento do SUS tem a mesma matriz do desmonte da Petrobrás, é o governo servindo aos interesses do capital privado, parte do qual ajudou a financiar o golpe de 2016”, afirma o diretor do Unificado, Felipe Grubba, que participou do seminário.
Para o também diretor do Unificado, Alexandre Castilho, os petroleiros devem ficar atentos à AMS. “Está ocorrendo um gradual e contínuo abandono por parte da Petrobrás do plano de saúde da categoria; temos de ficar atentos, porque, com certeza, a administração Parente vai querer retirar esse direito.

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