Refinaria de Paulínia vive curva ascendente de contaminados por covid-19

Nas últimas três semanas, número total de trabalhadores da Replan positivados nos testes rápidos saltou de 6,7% para 20,2%

Sindipetro-SP cobrou um protocolo de aviso aos trabalhadores que tiveram contato com positivados (Foto: Agência Brasil)

Por Guilherme Weimann

*Matéria atualizada às 11h30 do dia 22 de janeiro.

Na tarde da última terça-feira (19), diretores do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) se reuniram com representantes do setor de Recursos Humanos da Refinaria de Paulínia (Replan), a maior em capacidade do processamento de derivados da Petrobrás, com o objetivo de aprimorar os protocolos de prevenção à contaminação da covid-19.

Na primeira parte da conversa, houve uma apresentação do responsável pela Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) sobre os dados específicos da unidade, que era uma demanda da categoria desde o início da pandemia. A partir do dia 25 de maio, foram realizados aproximadamente 20 mil testes rápidos, do tipo que detecta por meio do sangue a presença de anticorpos IgM e IgG.

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O IgM é um anticorpo e a sua presença indica infecção de covid-19 na fase ativa, ou seja, quando a pessoa foi contaminada recentemente pela doença e pode transmiti-la. Já o IgG é um anticorpo que aparece em uma fase já avançada da infecção, quando o contaminado já não transmite mais o vírus.

Por meio de testagem massiva, que ocorre a cada 15 dias, cerca de 3% dos 20 mil testes realizados até o momento nos 2966 trabalhadores da refinaria, entre próprios e terceirizados, deram positivo. O número saltou de aproximadamente 1% para os 3% atuais nas últimas três semanas, o que representa um aumento de 6,7% para 20,2% da força de trabalho da refinaria positivada. 

Entretanto, cerca de 90% dos testes que detectaram IgM não foram confirmados, posteriormente, por testagem do tipo RT-PCR ou por sorologia, que apresentam maior precisão no diagnóstico. Para esses casos de falso positivo, a Replan continua realizado testes sorológicos a cada 15 dias. Essa medida, aprovada pelo Sindipetro-SP, contraria o protocolo da Petrobrás, que indica a paralisação imediata dos testes após a detecção de algum anticorpo.

Já os petroleiros que apresentam IgG positivo, ou seja, que já não transmitem o vírus Sars-Cov-2, têm os testes suspensos. Entretanto, um novo protocolo está sendo estudado e, provavelmente, eles voltarão a ser testados a cada 90 dias.

Até o dia 18 de janeiro, de acordo com o 40º Boletim de Monitoramento da covid-19, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, 9,2% dos 46.416 trabalhadores próprios da Petrobrás já foram contaminados pelo coronavírus. O número de mortes pulou de 3, no dia 4 de janeiro, para 9 no dia 18 de janeiro.  

Melhorias

A partir de reclamações da base, os diretores do Sindipetro-SP cobraram uma comunicação aos trabalhadores de grupos que apresentarem algum caso positivo. Com isso, eles poderão aumentar os cuidados, principalmente, dentro de suas próprias casas, podendo decidir por um isolamento dos familiares, por exemplo.

Os representantes da Replan disseram que o protocolo médico não permite a divulgação dos nomes dos contaminados e, por isso, não estão realizando nenhum tipo de aviso. Nesse sentido, o sindicato afirmou que preza pelo anonimato dos pacientes, mas reforçou a necessidade de comunicação genérica aos grupos de trabalhadores que tiverem contato com algum positivado.

Na próxima reunião, agendada para o dia 2 de fevereiro, serão abordados os protocolos de prevenção para as paradas de manutenção e a redução dos médicos terceirizados que foram contratados no início da pandemia. 

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