Pagamentos do abono e PLR estão previstos para o dia 31 de março; Categoria rejeitou propostas anteriores e garantiu avanços na negociação

Por Vítor Peruch
Após intensas mobilizações e negociações, os trabalhadores da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) aprovaram, em assembleias realizadas nos dias 20 e 21 de fevereiro, a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A decisão representa um desfecho para uma série de manifestações e diálogos entre sindicatos e a gestão da empresa, em busca de condições mais justas de remuneração variável dentro do Sistema Petrobrás. Hoje (25), o Sindipetro Unificado assinou o acordo aprovando a negociação. Os pagamentos devem ser efetuados para os trabalhadores no dia 31 de março.
A trajetória até a aprovação foi marcada por descontentamento e reivindicações por isonomia. Em 16 de janeiro, os trabalhadores rejeitaram a proposta inicial da TBG, alegando que as metas estabelecidas impediam o pagamento integral da PLR, mesmo com o cumprimento dos objetivos individuais. Além disso, denunciaram a defasagem salarial em relação à Petrobrás e outras subsidiárias, exigindo equiparação e critérios mais transparentes na avaliação de desempenho.
No final de janeiro, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) participaram da primeira reunião com a nova presidenta da TBG, Angélica Laureano, cobrando um compromisso da gestão com a isonomia dentro do Sistema Petrobrás. O encontro marcou o início de uma abertura para novas negociações.
Já em fevereiro, a categoria intensificou a mobilização, com atos organizados pelo Sindipetro Unificado nas unidades da TBG de Paulínia, Hortolândia e Campinas. O movimento reforçou a pressão sobre a empresa para que reconsiderasse sua proposta de PLR.
No dia 14 de fevereiro, a mobilização obteve uma importante vitória: a TBG assinou um Termo de Compromisso garantindo diálogo com as entidades sindicais sobre a remuneração variável, incluindo a Participação nos Resultados Diferenciada (PRD) de 2025. Com esse avanço, a FUP indicou a realização de novas assembleias para que os trabalhadores deliberassem sobre a PLR.
As assembleias presenciais ocorreram em Campinas, Hortolândia e Paulínia no dia 20 de fevereiro, enquanto os trabalhadores de outras unidades da TBG participaram de uma assembleia virtual no dia 21. O resultado foi a aprovação da PLR, marcando o fim de um processo de negociação que envolveu forte mobilização da categoria. A aprovação da PLR 2024/25 contou com 52 votos favoráveis, 1 contrário e 1 abstenção.
Segundo o diretor do Sindipetro Unificado, Steve Austin, a conquista da PLR não encerra as pautas da categoria, que segue reivindicando avanços na política de cargos e salários, além da participação da TBG nos fóruns de efetivo e de prestadores de serviços do Sistema Petrobrás. “As mobilizações foram essenciais para os avanços, mas a luta ela isonomia, por uma TBG forte e integrada continua”, opina.