Sindipetro Unificado debateu Inteligência Artificial em Seminário online

Atividade organizada pelo sindicato fez um apanhado histórico sobre a ferramenta e debateu seus alcances no Mundo do Trabalho em seminário realizado de forma virtual

Seminário tratou sobre o alcance da IA e seus impactos no mundo do trabalho (Foto: divulgação)

“Ficou bem claro que a inteligência artificial já é uma realidade, que veio com um grande potencial de auxiliar na rotina de trabalho e que por isso, é importante treinar os trabalhadores para que saibam usar a ferramenta e seu domínio não fique limitado a poucos grupos: esse conhecimento precisa ser democratizado”, afirma o diretor do Sindipetro Unificado Albérico Queiroz, um dos organizadores do Seminário sobre Inteligência Artificial realizado no sábado 6 de julho pelo sindicato.

Esse foi um dos principais objetivos do encontro: democratizar o conhecimento sobre essa ferramenta que chegou para ficar. “Conhecemos um pouco da história da inteligência artificial, suas aplicações e o funcionamento da lógica matemática por trás dela, nos aprofundamos na necessidade de regulamentação,  em como a União Europeia tem pensado a regulamentação e também sobre os relatórios da OIT sobre o tema”, conta Queiroz.

No primeiro momento, José Víctor Nogueira, bacharel em Ciências da Computação e mestrando em Inteligência Artificial na UNESP, explicou o que é a Inteligência artificial que chamamos de Inteligência Artificial: “É um grande modelo matemático que trabalha com dados e treino. Ela fica apreendendo, vai se adaptando e para isso ela precisa de dados. É pura matemática e probabilidade. É um sistema que tem antecedentes já desde as décadas de 1950 e 1960 com esse nome, mas que tem seus primeiros modelos mais probabilísticos em 1970”.

Na sua fala, Nogueira citou vários campos do que se conhece como “Deep learning”, que impulsionam a Inteligência Artificial em atividades como identificação de coisas ou pessoas, vídeos, tratamento e criação de imagens, robôs, ou sua utilização no ensino, entre outra ampla gama de possibilidades.

“É um campo infinito e estamos num momento em que essa tecnologia avançou muito. Vemos muitos avanços, mas vemos várias possibilidades da IA como um perigo”. É possível entender o que é a IA, mas ainda é difícil imaginar o alcance e qual será seu desenvolvimento futuro.

Vítor Pagani, diretor técnico do DIEESE, afirmou “Esse é um assunto muito importante que está na pauta do movimento sindical porque a gente sabe que os impactos no mundo do trabalho são grandes, nunca antes na história houve um avanço com tanta velocidade, de tantas novas tecnologias disruptivas, precisamos analisar como isso vai impactar o nosso dia a dia”.

Pagani trouxe ao seminário algumas conclusões dos estudos mais recentes sobre a temática, que indicam que pode haver agravo da desigualdade de renda, na estrutura das ocupações e na intensidade do trabalho e que os impactos serão diferentes de acordo com o desenvolvimento e a economia dos países e os tipos de força de trabalho. O cientista destacou que segundo a literatura, a importância do gerenciamento da difusão dessa tecnologia será fundamental para entender seus impactos.

Pagani listou pontos que considera centrais para a ação sindical em relação ao tema: a centralidade humana no processo de transição tecnológica; a distribuição dos ganhos da produtividade, que inclui ampliação da renda, redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a promoção de empregos decentes; a valorização da negociação coletiva e os enfrentamento das desigualdades.

O encontro serviu para aprofundar o conhecimento sobre esta tecnologia cada vez mais presente no cotidiano das pessoas e nos espaços de trabalho, mas a maioria das perguntas seguem nos interrogando e os impactos dessa ferramenta na vida humana e no mercado de trabalho ainda são incertos.

Acesse ao Seminário completo:

 

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