Petrobrás anuncia venda de 8 refinarias. Resposta é resistência e luta

 

Por Norian Segatto

Na tarde da sexta-feira, 26, o Conselho de Administração da Petrobrás anunciou a autorização para a venda de 8 refinarias: Abreu e Lima (Rnest), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).

“A Replan e a Recap não se encontram nesta primeira lista, mas isso não é motivo de alívio para nossa base, porque sabemos que este governo quer a liquidação completa da Petrobrás, esta é uma das faturas que esse grupo político deve pelo golpe que depôs a presidente Dilma”, avalia o coordenador do Unificado, Juliano Deptula, que completa: “As centrais sindicais estão indicando uma greve geral contra a reforma da Previdência, devemos estar preparados para entrar nessa luta e complementar essa pauta com a defesa da Petrobrás pública”.

De acordo com o comunicado da empresa, o processo de privatização deve ser concluído em até um ano e meio. Nesse pacote estão incluídos a participação da companhia na BR Distribuidora e os terminais da Transpetro que compõem a malha logística do refino. Juntas, as 8 refinarias possuem capacidade de refino de 1,1 milhão de barris dia, praticamente metade do consumo nacional.

O representante dos trabalhadores no CA, Danilo Silva, avalia que “a Petrobrás acelerou o processo de venda das refinarias depois da intervenção do Bolsonaro no preço do diesel e as incertezas que esse governo traz, para os interesses privados, a intervenção na política de preços pode afugentar investidores”.

Outro fato que chama a atenção são os constantes vaivém do governo em relação à Petrobrás, com anúncios e, em seguida, recuos. Um analista ouvido pelo Jornal Petroleiros, que preferiu não se identificar, vê nesses “desencontros” a possibilidade de uma jogada proposital. Segundo ele, todos sabem que o ministro da Economia Paulo Guedes é ligado a grupos financistas e especulativos, que a cada anúncio do governo, ações da Petrobrás sobem e descem no mercado e quem tem essas informações de antemão leva grande vantagem (e lucro). “Não estou afirmando que isso ocorra, mas é uma linha lógica de raciocínio devido à insanidade dos anúncios, o homem forte da economia na ditadura militar, Delfim Netto, ganhou muito, e põe muito nisso, dinheiro, com especulação financeira e repasse de informações privilegiadas, ele era conhecido nos meios financeiros como ‘quinzinho’, pois era comum cobrar 15% de comissão sobre as negociatas”.

 

Mobilizar e resistir

Um grande líder dos anos 80 disse que os poderosos nunca deveriam duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores. O anúncio da venda das refinarias, apesar de já esperado é mais um alerta para a mobilização. “O governo mexeu sua peça neste tabuleiro, agora é a nossa vez”, avisa o coordenador da Regional Campinas, Gustavo Marsaioli, que afirma que o movimento sindical petroleiro vai saber resistir e dar a resposta ao desmonte da companhia.

 

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