O novo planejamento estratégico indica a opção de tornar a Petrobrás cada vez menor, concentrada apenas em projetos de retorno imediato para os acionistas privados, com foco em exploração e produção de óleo e gás.
Reportagem recente do jornal Valor Econômico informa que o atual plano de negócios da Petrobras prevê a saída da estatal de campos maduros em terra e águas rasas, da petroquímica Braskem, dos setores de transporte e distribuição de gás natural e da produção de biocombustíveis e fertilizantes. Além disso, a petroleira vai reduzir sua fatia no refino.
A Petrobrás também reduzirá geograficamente o seu raio de atuação, concentrando-se cada vez mais no Sudeste. A empresa pretende privatizar todas as suas refinarias fora do eixo Rio-São Paulo e abandonar de vez os campos terrestres e em águas rasas, concentrados, sobretudo, no Nordeste.
Segundo a reportagem, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, irá intensificar esse desmonte nos próximos dois anos, escancarando como é patética sua visão de mercado. O economista Rodrigo Leão, coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), contesta o enfoque quase exclusivo da companhia na atividade de exploração e produção – que absorverá 85% dos investimentos para 2020-2024, de US$ 75,7 bilhões.
Segundo Leão, a saída da Braskem e da produção de biocombustíveis, além da redução de sua presença no refino, colocam a petroleira numa situação de dependência das variáveis do mercado externo (como preços e demanda), num movimento “atípico” em relação aos seus pares globais.
“Os derivados têm um ciclo de preços menos instável, seguram mais a volatilidade do mercado do que os preços do óleo cru. Ajudam a atenuar a volatilidade”, explica.
Fonte : FUP e Valor Econômico