Bronca do Peão: Chefia tenta usar a CIPA pra fazer campanha anti-sindicato

Gerente tenta cooptar trabalhadores para disputar a CIPA com o objetivo de enfraquecer o sindicato, em vez de fortalecer a segurança na refinaria

Charge: Bira Dantas

Por Bronca do Peão*

A eleição da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio) está chegando — vai de 8 a 16 de agosto — e, como todo ano, é hora de escolher quem vai cuidar da nossa segurança no chão da refinaria. Muita gente boa já passou por lá, e não é de hoje que os representantes apoiados pelo sindicato fazem um trabalho sério, firme, de olho na prevenção e na proteção da nossa saúde.

Mas tem chefia que parece não gostar disso. Um certo gerente anda espalhando pelos corredores que “precisa tirar as vagas do sindicato”. E pra isso está abordando trabalhadores conhecidos, gente querida pela categoria, tentando convencê-los a se candidatar — não por convicção, mas pra servir de oposição ao sindicato dentro da CIPA.

Sua intenção é clara: eleger nomes que façam número contra quem realmente defende a segurança do trabalhador, enfraquecer a representação sindical e tentar controlar o que deveria ser autônomo. Não se trata de incentivar a participação — isso seria até louvável. O problema é quando a motivação não é a segurança, mas a politicagem. Quando cada eleito vira um “a menos pro sindicato”, como ele mesmo diz, não é prevenção que está em jogo — é perseguição disfarçada.

A CIPA é instrumento sério. É coisa pra quem tem compromisso com a vida de cada companheiro e companheira que entra pra trabalhar e quer voltar inteiro pra casa. Transformar isso em palanque de disputa contra o sindicato é uma prática perigosa, e, diga-se, desonesta.

O sujeito, que gosta de se apresentar como gestor “moderno” (mas parece saído de uma chefia de 1970), está percorrendo os setores atrás de peão carismático. Não é porque se preocupa com a segurança, não. É porque ele quer formar uma “tropa de confiança” dentro da CIPA — só que a confiança, veja bem, é dele com ele mesmo.

A prática é antiga e tem nome: coação e assédio. Só mudaram o verniz — agora vem com jeitinho, elogio e tapinha nas costas. Mas no fundo é a mesma história: tentar desmontar o que a gente construiu com muito suor, acidente evitado e companheiro preservado.

Quem trata segurança como joguinho político, depois que algo acontece, se esconde e nem flores manda para a família que perdeu alguém. Fica o recado: o voto é livre, sim. Mas também é consciente. Na hora de votar, pense em quem realmente defende você e sua segurança todos os dias.

*Texto escrito por petroleiro da base que preferiu não se identificar

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