Evento, que também teve transmissão pelo Youtube, contou com a presença do petroleiro José Paulo Machado Toguchi
O subcomitê de combate ao assédio do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) realizou, na última terça-feira (24), o seminário “Evolução no Trabalho, do Meio Ambiente e o Sofrimento Mental”, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O evento, que foi híbrido e transmitido ao vivo pelo canal da Escola Judicial do TRT-15 (Ejud-15) no YouTube, contou com a participação de magistrados, servidores, advogados, estagiários, lideranças sindicais e público externo.
Representando o Sindipetro Unificado, José Paulo Machado Toguchi, técnico de operação da Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá (SP), participou da última mesa do seminário, cujo tema foi “Boas Práticas”. Toguchi destacou os desafios enfrentados pelos trabalhadores da Petrobrás, especialmente após o processo de venda de ativos da empresa e também devido a alta desigualdade de gênero que existe dentro da empresa.
Toguchi iniciou sua fala destacando as conquistas do Coletivo de Mulheres da FUP, no grupo de trabalho formado após a denúncia de assédio sexual na Petrobras, feita pelo MP do Rio de Janeiro em abril de 2023. Entre as medidas citou a redução no prazo de resposta da ouvidoria e a criação do Canal de Acolhimento, ressaltando que o sindicato segue cobrando melhorias no processo da ouvidoria, como a ampliação das novas medidas para todos os tipos de assédio e a necessidade que a ouvidoria também acompanhe os funcionários terceirizados.
Segundo Toguchi, a transferência em massa de funcionários para outras regiões trouxe diversos problemas, entre eles o aumento de casos de assédio e preconceito. “Com as vendas dos ativos, houve uma transferência em massa de funcionários, e isso trouxe dois pontos: o assédio que já era provocado com ameaças na carreira do trabalhador, novas ameaças surgem colocando as preferências de para onde o funcionário será transferido além de que quando as pessoas chegavam em outro estado, muitas vezes ainda tinham que lidar com o preconceito regional. Isso impactou nos números de doenças psicológicas e até de suicídios. Por isso, a Petrobrás, após cobrança do sindicato no grupo de trabalho de saúde mental e lançou um plantão de suporte psicológico”, afirmou.
O seminário reforçou a importância de discutir a saúde mental no ambiente de trabalho e o papel das empresas em prevenir e acolher os trabalhadores afetados por esses problemas.
Além do Sindipetro Unificado, o seminário contou com outros participantes e palestrantes, como o Prof. Dr. José Dari Krein (Unicamp), e a coordenação da Desembargadora Eleonora Bordini Coca, das juízas Camila Ceroni Sacarabeli, Érica Escarassatte e Milena Casacio Ferreira Beraldo, além da Procuradora Ivana Paula Cardoso (MPT). Além da participação de outros sindicatos, como o Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato da Água e Esgoto e Sindicato dos Químicos.
Toguchi avaliou o seminário como positivo, afirma que foi motivador e agregador ter contato com as boas práticas de outros sindicatos, “é muito bom poder saber as vitórias e das dores de outras categorias” e também destaca que ouvir e conhecer o trabalho de pesquisadores estudando a saúde do trabalhador foi cativante, pois acredita que esta parceria é de extrema importância, “num mundo governado pelas fake news, precisamos nos fortalecer mutuamente, entidades sindicais e academia, visto que juntas, podem promover educação crítica, fomentar o debate informado e oferecer fontes confiáveis de informação”. Toguchi também vê de forma muito positiva o convite para que os sindicatos compartilhem suas práticas com os magistrados, citando que: “somente a partir de um ambiente de compreensão mútua que poderemos colaborar para para uma melhor aplicação das leis e das políticas trabalhistas”.
Você pode acompanhar todo o seminário através do link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=iAB8f6WUnv4