O encontro contra o anúncio de terceirizações na operação de seis refinarias da Petrobrás aconteceu na Replan, em Paulínia
Por Andreza de Oliveira
Na manhã desta quinta-feira (05), diretores do Sindicato dos Petroleiros Unificado do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e Região (Sindipetro-SJC) e Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP) se reuniram em frente à Refinaria de Paulínia (Replan) para dar início a um ciclo de assembleias conjuntas contra a terceirização na Petrobrás.
O encontro foi o primeiro da caravana que percorrerá as quatro refinarias do estado de São Paulo. As próximas rodadas acontecem no dia 26 de agosto, na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos; no dia 3 de setembro, na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá; e no dia 10 de setembro, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão.
A ação faz parte da mobilização conjunta contra o anúncio da terceirização de serviços operacionais em unidades de tratamento de água e de despejos industriais em seis refinarias no Brasil e, no estado de São Paulo, na Replan e na RPBC.
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Em ambas as refinarias paulistas com postos sujeitos à terceirização, corre a informação não confirmada de que, após o anúncio de mobilização por parte das frentes sindicais, o processo teria sido suspenso.
Diretor do Sindipetro-SP e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Arthur Bob Ragusa explica que esse é o tipo de informação na qual a categoria precisa desconfiar porque o processo de terceirização faz parte da tentativa de privatizar a estatal. “Não dá para confiar nessa informação porque começou a circular logo após o início das mobilizações e, além disso, esse processo aponta um cenário de demissões com esse ensaio de terceirização da operação”, relatou.
Repressão de trabalhadores
Desde a última quinta-feira (29), os sindicatos paulistas da categoria petroleira têm realizado assembleias em suas refinarias. Entretanto, até o momento, o Sindipetro-SP registra três relatos de assédio na Replan, que acabou com a punição de dois trabalhadores que participaram dos encontros.
Na RPBC ocorreu algo semelhante, cinco grupos inteiros que compareceram à assembleias na unidade foram assediados verbalmente pela gestão da refinaria. A estimativa é de que cerca de 300 trabalhadores tenham sofrido advertência verbal após o ato. Contra a atitude da Petrobrás, o Sindipetro-LP formalizou uma denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT).
Luta conjunta
Com um processo semelhante ao da Replan, a Revap, apesar de não ter tido nenhum posto de trabalho anunciado na licitação de terceirização, também entra na luta contra a privatização e precarização da Petrobrás.
Diretor do Sindipetro-SJC e Região, Rafael Prado classifica a mobilização conjunta como essencial contra o processo de desmonte da estatal. “A gente não quer ser assediado moralmente e nem ver a precarização dos nossos postos de emprego, a unificação dessa luta é para mostrar o compromisso que os sindicatos têm com o que está acontecendo na Petrobras”.
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Para Adaedson Costa, diretor do Sindipetro-LP e secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a luta conjunta dos trabalhadores é fundamental para o combate à terceirização na companhia. “Temos que ter clareza da nossa responsabilidade, aqui nós somos um só corpo de trabalhadores do estado de São Paulo e precisamos bater o pé contra a terceirização”, afirmou.