Um quarto (26,2%) dos trabalhadores e trabalhadoras desempregados no 2º trimestre no Brasil, o que equivale a 3,347 milhões de pessoas, estão procurando emprego há pelo menos 2 anos, revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. No 1º trimestre, estavam nesta situação 3,319 milhões trabalhadores, ou 24,8% do total.
Do total de desempregados, 45,6% estavam entre um mês e menos de um ano em busca de trabalho; 26,2%, há dois anos ou mais, 14,2%, de um ano a menos de dois anos e 14,0%, há menos de um mês.
A taxa de desemprego do primeiro trimestre deste ano foi de 12,0% contra 12,7% do mesmo período do ano passado. O recuo foi leve e o desemprego ainda atinge 12,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. A subutilização, ou seja, o bico, chega 28,4 milhões de brasileiros que querem trabalhar mais horas e não conseguem; e o desalento atinge 4,9 milhões que nem procuram recolocação.
De acordo com técnicos do IBGE, o elevado tempo de procura por emprego é um dos fatores que ajudam a explicar o desalento, em especial nas regiões onde o mercado de trabalho oferece poucas oportunidades. A maior parte dos desalentados está na Bahia (766 mil pessoas) e no Maranhão (588 mil pessoas).
Ainda de acordo com o instituto, a dificuldade de se recolocar no mercado também influencia a informalidade em um mercado de trabalho composto por 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ.
No 2º trimestre de 2019, as maiores taxas de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foram registradas no Piauí (43,3%), Maranhão (41,0%) e Bahia (40,1%). Já as menores taxas foram em Santa Catarina (10,7%), Rondônia (15,7%) e Mato Grosso (15,8%).