Entre os dias 20 e 21 de dezembro, a ação distribuirá cestas, brinquedos e roupas em Campinas, no interior de São Paulo

Sindipetro-SP realiza campanha e distribui cestas para famílias carentes em Campinas

Entre os dias 20 e 21 de dezembro, a ação distribuirá cestas, brinquedos e roupas em Campinas, no interior de São Paulo

Ao todo, serão distribuídas 100 cestas para famílias em situação de vulnerabilidade social (Foto: Eric Gonçalves/Sindipetro-SP)

Por Odara Monteiro*, sob supervisão

Na última segunda-feira (20), o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) deu início à distribuição de alimentos para a campanha Natal Sem Fome, em Campinas, SP. Ao todo, serão distribuídas 100 cestas, com alimentos arrecadados pelos petroleiros da Associação Beneficente e Cultural dos Petroleiros (ABCP), juntamente à demais trabalhadores de ativa sindicalizados.

A campanha natalina já foi realizada em outros anos, entregando cestas agroecológicas obtidas em parceria com o Assentamento Milton Santos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), localizado em Americana, interior de São Paulo. Para este final de ano, o Sindipetro-SP recolheu alimentos não perecíveis e doações de roupas e brinquedos, que estão com previsão de distribuição para o início de 2022.

Petroleiro aposentado e diretor do Sindipetro-SP, Sílvio Marques é coordenador da campanha e afirma que, além das arrecadações, o sindicato se responsabiliza pela entrega das doações em pontos de estratégicos, mas que a escolha das famílias beneficiadas fica por conta de lideranças de bairro, que organizam e determinam o destino final das doações. “O sindicato trabalha com lideranças de bairro, e só leva as doações até um ponto de entrega, a liderança do bairro que organiza as famílias, administra o cadastro, vê quem é quem e distribui as doações”, relatou.

Marques também contou que muitos mantimentos doados chegaram ‘soltos’ ao ponto de recolha, o que ocasionou na montagem de novas cestas, que serão distribuídas em janeiro de 2022. “Temos vários mantimentos, brinquedos, a gente junta tudo isso e depois vê quantas cestas conseguimos montar para distribuição no início do ano que vem”, disse.

As distribuições, que ocorrem nos dias 20 e 21 de dezembro, tiveram início nos bairros Jardim São José e Jardim Rosália, em Campinas, interior de São Paulo. Nesta terça-feira (21), as entregas acontecem na EMEF Padre Emílio Miotti, localizada no Jardim Santa Lúcia, para famílias de alunos em situação de vulnerabilidade. 

Na escola, serão entregues 50 cestas. As demais serão distribuídas em outros bairros vulneráveis da cidade, que mantêm proximidade com o movimento de moradia e foram previamente mapeados. 

Insegurança alimentar

A partir da parceria firmada no início da pandemia do coronavírus, em 2020, o Sindipetro-SP e a EMEF P. Emílio Miotti já chegaram a distribuir alimentos para mais de 250 famílias. Talitha Roncolato, professora da instituição, conta que a parceria se fez necessária quando os pais dos alunos, trabalhadores do terceiro setor, se viram desempregados da noite para o dia. 

A maioria dos pais eram manicures, faxineiras, garçons, seguranças, que ficaram desempregados de uma hora para a outra [no início da pandemia], aí o Sindipetro, com muita sabedoria, fechou a parceria com a escola e a gente começou a distribuição de agroecológicos, em parceria com o MST. Isso perdurou até que a situação das famílias melhorasse.

Talitha Roncolato, professora

A professora ainda revelou que, mesmo com a volta do trabalho e das aulas presenciais, houve uma grande queda no rendimento dessas famílias, devido à necessidade de reagrupamento destas. “Mesmo quem voltou ao trabalho, voltou ganhando menos, então essas famílias se reagruparam. Existe muita mudança no território de agrupamento, como gente que veio morar na casa dos avós e famílias que se uniram para pagar um aluguel só”, conta. 

Com dez anos de magistério e quatro na EMEF, Talitha afirma que voltou a ver situações que não via há bastante tempo: “A prefeitura deu uma série de livros literários para os alunos, e teve aluno que precisou trazer os livros de volta para a escola, porque não tinha espaço na casa dele para guardar, eu ouvia “professora, eu não tenho quarto na minha casa”. A gente vem de governos anteriores com políticas habitacionais muito fortes, fazia tempo que não víamos algo assim”, completa.

Segundo Talitha, o Jardim Santa Lúcia, bairro que abriga a escola, sofreu com o empobrecimento por conta da pandemia, o que dificultou bastante a situação de algumas famílias, que possuíam autonomia de alimentação. “ONGs, serviços de acolhimento, os moradores não tinham a quem recorrer, nossa única ajuda vem do Sindipetro e de vaquinhas entre as pessoas”.

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