Neste artigo, a professora e diretora da CUT, Luana Bife, aponta as principais lutas que devem ser travadas pelo sindicalismo neste ano de 2025

Por Luana Bife*
Desde o golpe contra Dilma Rousseff, a classe trabalhadora enfrentou ataques sem precedentes. As reformas da Previdência, Trabalhista e a Lei das Terceirizações, promovidas pelos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), significaram graves retrocessos.
A vitória de Lula nas eleições de 2022 nos deu a oportunidade de lutar para recuperar nossos direitos. Por isso mesmo, no 14º Congresso da CUT (CONCUT) de outubro de 2023, foi aprovada a realização de uma Marcha a Brasília pela revogação das reformas impostas nos governos Temer e Bolsonaro. Em maio de 2024 essa marcha realizou-se com mais de 20 mil sindicalistas em Brasília, entretanto, desde então, não houve uma entrega formal ao governo Lula da reivindicação de anulação das citadas “reformas”, tampouco qualquer iniciativa do governo nesse sentido.
Revogar as reformas de Temer e Bolsonaro
A Reforma Trabalhista flexibilizou as relações de trabalho, reduziu o poder de negociação dos sindicatos e agravou a precarização. É urgente retomar a ultratividade, garantindo a manutenção dos direitos nas convenções coletivas durante as negociações.
A Reforma da Previdência aumentou a idade mínima e o tempo de contribuição, afastando ainda mais os trabalhadores da aposentadoria digna, sobretudo as mulheres, que agora enfrentam mais anos de trabalho e menos tempo de vida para usufruir seus direitos.
A Lei das Terceirizações aprofundou a desregulamentação, incentivando fraudes tributárias (sonegação de impostos, principalmente contra o INSS pelos patrões), pejotização e precarização das condições de trabalho, resultando em salários mais baixos e piores condições de trabalho.
Soma-se a essa luta para recuperar nossos direitos a pauta histórica da redução da jornada de trabalho sem redução salarial, atualizada pelo projeto apresentado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) de pautar o fim da escala de trabalho 6×1.
A luta pela revogação dessas reformas deve estar no centro da agenda da classe trabalhadora em 2025. Muitos sindicatos de todo o país se mobilizam nesse sentido. Está colocada a necessidade de uma nova Marcha Nacional da Classe Trabalhadora neste ano de 2025 para pressionar os Três Poderes e sensibilizar o presidente Lula sobre a centralidade desta pauta.
Revogar essas reformas é construir um futuro onde o trabalho seja valorizado e a dignidade assegurada. Cabe à CUT liderar essa tarefa histórica, recuperando os direitos da classe trabalhadora.