A subsidiária da Petrobrás anunciou a implementação de turno ininterrupto de 12 horas, como medida de prevenção ao vírus, sem consultar os sindicatos
Por Guilherme Weimann, com informações da FUP
Na manhã desta quarta-feira (18), representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reuniram com a Gerência de Relações Sindicais da Transpetro, por meio de teleconferência, para cobrar explicações sobre o comunicado denominado “Medida de Prevenção a Contaminação pelo COVID19”, emitido ontem (17).
O documento informa sobre a implementação do turno ininterrupto de 12 horas, o que diminuiria o contato entre os trabalhadores nas trocas de turno e, consequentemente, os riscos de contágio da doença. Como justificativa, a empresa afirma que “tal decisão foi tomada de forma unilateral devido à ausência de tempo hábil para uma negociação coletiva”.
Entretanto, a medida contraria o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), firmado pela Transpetro, em 4 de novembro de 2019, no Tribunal Superior de Trabalho, que admite alterações nos horários das jornadas apenas “mediante negociação coletiva de trabalho com o respectivo sindicato local”.
Além disso, a FUP e seus sindicatos filiados sempre se mostraram interessadas em discutir, com a agilidade necessária, ações que favoreçam a segurança e saúde dos trabalhadores que representam.
O Sindipetro Unificado está aberto ao diálogo e se mostra totalmente favorável às providências necessárias para conter a pandemia, mas reafirma que qualquer medida deve ser tomada democraticamente com a participação dos trabalhadores e de seus respectivos sindicatos.
Ao final da reunião, a Transpetro se comprometeu que fará o contato com os sindicatos, para cumprimentos da cláusula do ACT.
Risco no transporte
Há duas semanas, o Sindipetro Unificado noticiou a rescisão do contrato da Araubras, responsável pelo transporte de pessoal da Transpetro, devido ao “desequilíbrio econômico e financeiro e inadimplência superior a 90 dias por parte da Transpetro”, segundo a empresa.
Com isso, desde então o transporte dos petroleiros de suas casas até o trabalho, como também entre os terminais, estão sendo realizados por táxis, o que dificulta a implantação de medidas de segurança e controle ao coronavírus.