A petroleira efetuará o pagamento de R$ 10,3 bilhões aos acionistas; o valor é superior ao lucro líquido da companhia no ano passado, que foi de R$ 7,11 bilhões
Por Guilherme Weimann
Na última quarta-feira (24), a Petrobrás divulgou o balanço do 4º trimestre de 2020, período no qual registrou lucro líquido de R$ 59,89 bilhões. O resultado positivo ocorreu graças à revisão contábil no valor de R$ 31 bilhões (impairments), além da redução de gastos passados com a Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) (plano de saúde dos trabalhadores da companhia) no valor de R$ 13,1 bilhões – o que tem gerado descontos abusivos nos contracheques desde o início deste ano.
O resultado reverteu três trimestres seguidos de prejuízo, com déficits de R$ 48,52 bilhões, R$ 2,71 bilhões e R$ 1,55 bilhão, respectivamente. Com isso, no acumulado do ano, a petroleira apresentou lucro líquido de R$ 7,1 bilhões.
Paralelamente à publicação dos demonstrativos operacionais, a estatal também anunciou que distribuirá R$ 10,3 bilhões em dividendos aos seus acionistas – o que representa um valor 45% do que o lucro obtido em 2020. Deste total, R$ 5,7 bilhões são referentes ao resultado operacional de 2020 e R$ 4,6 bilhões serão retirados da conta de reserva de retenção de lucros.
A distribuição dos dividendos ocorrerá no dia 29 de abril, com atualizações de acordo com a variação a Selic (taxa básica de juros) entre 31 de dezembro e a data dos pagamentos.
Revisão na política de dividendos
Em outubro do ano passado, a Petrobrás revisou sua política de remuneração aos acionistas, o que passou a permitir o pagamento de dividendos mesmo quando a empresa apresentar prejuízo. A partir de então, os dividendos passaram a ser definidos de acordo com a dívida da empresa.
Leia também: Petrobrás aprova pagamento de dividendos aos acionistas mesmo sem apresentar lucro
Com o endividamento bruto acima de US$ 60 bilhões, a empresa pode remunerar seus acionistas se a dívida líquida tiver apresentado redução nos 12 meses anteriores ao pagamento. Com o endividamento bruto abaixo dos US$ 60 bilhões, a companhia pode efetuar pagamentos adicionais, superando o mínimo obrigatório ou um valor equivalente a 60% da diferença entre o fluxo de caixa e o valor dos investimentos, mesmo sem lucro contábil.
Atualmente, a dívida bruta da empresa é de US$ 75,5 bilhões. Entretanto, houve redução de 13,7 bilhões nos últimos 12 meses.