Em reunião com a Petrobrás e subsidiárias nesta quinta-feira, 27, a FUP e a FNP trataram dos capítulos do Acordo Coletivo de Trabalho referentes à saúde e segurança (SMS) e à AMS. Foi a primeira rodada de negociação, após a rejeição massiva da categoria à proposta apresentada pela empresa.
As federações reafirmaram que saúde e segurança não podem ser tratadas pelos gestores da Petrobrás como custo e menos ainda utilizadas como ferramentas de cooptação, punição e sonegação.
As entidades sindicais enfatizaram que não aceitam nenhum direito a menos e cobraram o aperfeiçoamento das cláusulas do atual Acordo Coletivo.
A Petrobrás, por sua vez, insiste na proposta rejeitada, cujo capítulo de SMS foi praticamente desmontado. Das atuais 19 cláusulas, os gestores mantiveram somente 3; retiraram 2 e alteraram 14, com reduções de direitos.
O objetivo é tirar as representações sindicais de todos os espaços de intervenção e debates, deixando o caminho livre para a empresa implementar o “novo modelo mental”, defendido recentemente pelo gerente geral do Compartilhado, em uma vídeo conferência (onde representava a Gerência Executiva), incentivando os empregados a trabalharem doentes e com dor para cumprir as metas do PRVE.
A FUP e a FNP cobraram uma resposta dura da Petrobrás às afirmações do gerente e reafirmaram que não permitirão que o SMS seja utilizado como um valor de meritocracia, enquanto centenas de trabalhadores se acidentam, adoecem e morrem pela ausência de uma política de segurança focada nas reais necessidades da categoria.
Custeio 70×30
Um dos principais pontos debatidos nessa rodada de negociação foi em relação à proposta de pagamento retroativo para estabelecer a relação 70×30 na AMS. Segundo o dirigente da FUP, Paulo César Martin, o PC, após muito debate ficou previamente acordado fazer o parcelamento desse retroativo em 8 parcelas, sendo que os sindicatos que têm ação judicial podem adotar essa proposta ou continuar com o processo na Justiça.
Outro ponto que a empresa quer adotar, que é a Resolução 23 da CGPar (que, na prática, pode significar o fim da AMS) enfrenta forte resistência do movimento sindical. “Nisso não tem acordo”, afirma PC, que completa informando que as federações solicitaram a realização de uma auditoria externa nas contas da AMS. Ao final da reunião do dia 27, PC e o representante da FNP, Adedson Costa fizeram um vídeo com essas explicações. Clique aqui para conferir o vídeo.
Tabela de turno
Outro ponto debatido foi a tabela de turno, que continua suspensa, como anunciado na semana passada. Os representantes dos trabalhadores propuseram que esse tema seja tratado somente após a conclusão do Acordo Coletivo. Foi suspensa, também, a DIP que proibia as permutas e trocas
Confira as próximas rodadas de negociação
Segunda-feira – Resultados da empresa
Terça-feira – Horas extras / Relações sindicais e Terceirização
Quarta-feira – Remuneração e vantagens.
Com informações da FUP