Diretores indicados pelo governo Bolsonaro receberam bônus milionário, enquanto obrigam os trabalhadores a arcarem com rombo de quase R$ 8 bilhões
Por Rede Brasil Atual
A Justiça do Rio de Janeiro cassou na última quinta-feira (22) liminar que suspendeu o pagamento de bônus de R$ 9,3 milhões a quatro diretores do fundo de pensão da Petrobrás, a Petros. Em março, o conselho deliberativo da Petros aprovou os bônus milionários, por 5 votos a 1. O voto contrário foi da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Após a decisão, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) entrou com ação e conseguiu suspender o pagamento.
As justificativas para o pagamento dos bônus são por supostas metas alcançadas pelo fundo. No entanto, a direção obteve tais resultados às custas dos trabalhadores e aposentados do sistema Petrobrás. Isso porque três meses antes de aprovar os superbônus, a direção da Petros aprovou um novo Plano de Equação do Déficit (PED), para equacionar um rombo de R$ 7,7 bilhões, sob protesto dos trabalhadores. Isso porque eles terão de arcar com o prejuízo, através do aumento dos descontos em folha.
Nesse sentido, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar classificou como “escandaloso” e “indecente” os bônus milionários aos diretores. “Esse bônus é uma imoralidade e está sob investigação da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar)”, afirmou. O órgão fiscalizador alega que as metas definidas pelo conselho de administração da Petros estariam desconectadas com o interesse da entidade e dos participantes assistidos.
Desse modo, Bacelar afirmou que a FUP vai lutar para reaver os valores dos bônus. “Nunca houve pagamento de bônus dessa magnitude. É um ataque à Fundação. Os diretores e ex-diretores recebem o dinheiro e vão embora. Logo no dia seguinte à decisão da Justiça liberando o pagamento, os premiados sacaram tudo. Possivelmente, o receio desses diretores era que a liminar fosse retomada em outra instância e o pagamento dos superbônus voltasse a ficar suspenso”, finalizou.