Diretor do Sindipetro-NF é demitido por participar de ação solidária em Itaguaí (RJ)

Alessandro Trindade participava de um grupo de petroleiros que doou alimentos à população carente moradora da ocupação no terreno da Petrobrás em Itaguaí, no Rio de Janeiro

Alessandro Trindade criou o projeto “Petroleiros Solidários” que auxilia famílias cariocas em situação de vulnerabilidade social

Por Andreza de Oliveira

Nesta quarta-feira (02), Alessandro Trindade, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), foi demitido pela Petrobrás por justa causa sob a alegação de participar da ocupação Campos dos Refugiados nos terrenos da estatal no município de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O petroleiro colaborava com a campanha de arrecadação de alimentos “Petroleiros Solidários”.

A ocupação Campo dos Refugiados abriga cerca de 40 famílias e foi iniciada em maio deste ano. Petroleiros participantes da campanha solidária se viram na obrigação de ajudar essa população que necessitava de itens básicos para sobrevivência, como comida.

O projeto “Petroleiros Solidários” foi criado por Alessandro em decorrência da crise econômica provocada pela pandemia de covid-19 e une trabalhadores em solidariedade aos menos favorecidos. O grupo já distribuiu mais de 4 mil cestas básicas e subsidiou a venda de mais de 2 mil botijões de gás a preço justo em diversas comunidades cariocas.

Após a prestação de auxílio alimentar às famílias moradoras do Campo dos Refugiados, a Petrobrás puniu o petroleiro Alessandro Trindade e o acusou de fazer parte da ocupação.

O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) presta solidariedade ao diretor do Sindipetro-NF e repudia a atitude da Petrobrás em reprimir trabalhadores e populações carentes.

“A Petrobrás não cumpre seu papel de estatal, que deveria ser focado na necessidade da população brasileira e ainda persegue e pune quem se preocupa em levar comida e teto aos que precisam”, declara a diretora do Sindipetro-SP e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira.

Em nota, o Coordenador-Geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, disse que a entidade tomará as medidas cabíveis em busca de justiça. “O sindicato não vai silenciar diante desta injustiça. Continuaremos lutando junto à toda a categoria petroleira por comida no prato de todo o povo brasileiro. Vamos buscar todos os recursos possíveis, para reverter esta demissão injusta”.

Posts relacionados

Sindipetro Unificado debateu Inteligência Artificial em Seminário online

Maguila Espinosa

PROPAV demite 459 e retém Carteira de Trabalho dos trabalhadores da Recap

Maguila Espinosa

“A limpeza étnica é o elemento central do massacre à Gaza”, afirma pesquisador

Maguila Espinosa