Caravana do Fórum da Petros dialoga com petroleiros em Campinas

Integrantes do Fórum voltaram a afirmar que um novo plano está sendo construído e que fake news e desinformações, que seguem confundido aposentados e pensionistas, devem ser combatidas

Mesa contou com a participação de Steve Austin, diretor do Sindipetro Unificado, Francisco Barreto, presidente da AMBEP, Paulo César Martin, diretor da Secretaria de Aposentados da FUP, e Adaedson Costa, secretário-geral da FNP (Foto: Vítor Peruch/Sindipetro Unificado)

Por Vítor Peruch

Nesta quarta-feira (19), a sede regional de Campinas do Sindipetro Unificado recebeu mais uma parada da Caravana do Fórum das Entidades em Defesa dos Participantes da Petros. O evento contou com a presença de Steve Austin, diretor do Sindipetro Unificado; Adaedson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP); Paulo César Martin, diretor da Secretaria de Aposentados da Federação Única dos Petroleiros (FUP); e Francisco Barreto, presidente da AMBEP. 

O encontro abordou os avanços nas discussões para solucionar os equacionamentos financeiros que afetam os participantes da Petros, um problema que se arrasta há anos e segue mobilizando os trabalhadores.

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Adaedson Costa enfatizou que o papel da Caravana não é defender nenhum plano específico, mas esclarecer os passos dados nas negociações. “Estamos juntos desde 2017 buscando soluções para os equacionamentos. Desde a entrada do Governo Lula, em 2023, seguimos trabalhando intensamente. O Dossiê da Petros comprova que a dívida é da Petrobrás e que ela deve pagá-la, mas a companhia não reconhece isso e o Judiciário não tem ajudado”, explicou Costa.

Ele apontou que o atual debate é pela criação de um novo plano, uma vez que a Petrobrás afirma não poder fazer aportes financeiros em planos já existentes. Segundo Costa, o plano proposto preserva os direitos dos participantes e inclui garantias, como a responsabilidade da Petrobrás pelo fundo de longevidade. “Queremos garantir tranquilidade e dignidade para quem construiu a riqueza da Petrobrás”, concluiu.

Adaedson Costa citou algumas premissas deste novo plano, como a paridade, a responsabilidade da patrocinadora, pecúlio, pensão, o estatuto ter as mesmas características de um plano BP, conseguir uma remuneração que não seja menor que 90%,  responsabilidade da patrocinadora, entre outras.

Costa também revelou que a empresa precisaria aportar R$ 18 bilhões para assegurar os benefícios próximos aos atuais, mas sem novos equacionamentos. Ele alertou sobre a necessidade de mobilização caso a totalidade desse aporte não seja realizado.

O diretor da FUP, Paulo César Martin, complementou os pontos abordados, destacando a complexidade das negociações. “Na época dos PEDs [Planos de Equacionamento de Déficit] assassinos, conseguimos liminares para suspender os pagamentos. Agora, estamos enfrentando mentiras e fake news que circulam sobre o plano”, disse Martin, rebatendo rumores disseminados por alguns advogados na internet.

Martin lembrou que a Petrobrás afirma não poder ir contra a legislação vigente, que exige a divisão igualitária das dívidas entre patrocinador e participantes. Além dos R$ 18 bilhões mencionados por Costa, há R$ 3 bilhões em déficit relacionado à Vibra, elevando o total a R$ 21 bilhões.

O diretor também explicou que a Comissão Quadripartite foi criada após reuniões com a presidenta Magda Chambriard, que afirmou que os maiores entraves vêm dos órgãos de controle. Segundo Martin, avanços importantes foram feitos no regulamento do novo plano, com ajustes pendentes em cláusulas como a correção de benefícios pelo IPCA.

PC Martin voltou a explicar que dos 48 mil participantes dos planos Petros que apresentam déficit, 40% têm algum tipo de ação judicial movida contra o fundo de pensão. E, de acordo com os cálculos da própria Petros, essas ações poderiam aumentar o déficit já existente: “É por isso que a Petrobrás só topa aportar dinheiro em um novo plano. E a discussão atual na Comissão Quadripartite é justamente a criação desse novo plano”, reafirmou o diretor da FUP.

A Caravana segue para outras bases nos próximos dias, com debates em São José dos Campos, Mauá e Santos. Os dirigentes reforçaram a necessidade de unidade e mobilização estratégica dos trabalhadores para pressionar pela aprovação do plano e o aporte financeiro da Petrobrás.

O presidente da AMBEP, Francisco Barreto, fez um apelo pela reunificação da categoria, afirmando que o futuro depende do fortalecimento conjunto. “Precisamos trazer a informação atualizada, o que está acontecendo, combater  a desinformação. A desconstrução da informação só favorece quem tem outros interesses e não favorece nós que estamos recebendo os descontos”.

“Nós, como AMBEP, fazemos questão que tudo seja solucionado. Nossos associados estão sofrendo e se conseguirmos uma solução para diminuir o impacto da maioria dos nossos associados, faremos isso”, concluiu Barreto.

Ao final, Adaedson Costa afirmou que tanto a Petrobrás como o GT da Petros, defendem que o prazo para a conclusão do discussão do novo plano deve acabar até junho de 2025. Além disso, Adaedson afirmou que amanhã (20 de fevereiro), uma nova reunião com a SEST (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) para tratar do Fundo de Longevidade. 

A Caravana reforçou seu compromisso em manter a transparência sobre os próximos passos e buscar soluções definitivas para os participantes da Petros. Tanto o diretor do Sindipetro Unificado, Steve Austin, como o presidente da AMBEP, ao final da discussão reforçaram a importância de combater as fake news e não compartilhar as notícias falsas propagadas em grupos de ódio ou que tentam descredibilizar o trabalho do GT da Petros.   

 

Confira o calendário da Caravana:

Sindipetro Unificado de São Paulo

Mauá: 18 de março, 10h

Sindipetro São José dos Campos

São José dos Campos: 20 de fevereiro, às 15 horas

Sindipetro Litoral Paulista

Santos: 21 de fevereiro, horário a definir

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