Bronca do peão: Terceirização ameaça segurança e informações críticas na Petrobrás

Postos de trabalho e dados sensíveis estão sendo entregues à iniciativa privada; Alta rotatividade e baixos salários comprometem segurança operacional

Replan Pixe vinicius denadai
Trabalhador da Replan que preferiu não se identificar alerta sobre os riscos da terceirização em áreas estratégicas da refinaria, como a Sala de Cálculo e a Engenharia de Acompanhamento (Foto: Vinicius Denadai/Sindipetro Unificado)

Por Bronca do Peão

Após a terceirização quase completa do laboratório e de diversas áreas da manutenção, a Refinaria de Paulínia (Replan) iniciou o mesmo processo em algumas áreas da operação: pátio de coque, ETA (Veolia) e ETDI. Todos esses casos já foram denunciados anteriormente por este sindicato.

Agora, essa prática se estende às áreas estratégicas da companhia, como a Engenharia de Acompanhamento e a Sala de Cálculo.

O fato é que, aos poucos (e “por debaixo dos panos”), nossas atividades e postos de trabalho estão sendo transferidos para a iniciativa privada, sem qualquer discussão com a categoria ou negociação com o sindicato.

Com a terceirização, os salários são baixos, a rotatividade de mão de obra é alta, e a constante ameaça de desligamento gera subnotificação de acidentes e incidentes. Isso compromete a segurança e a regularidade das operações. Além disso, quando se trata de funções que lidam com informações restritas sobre projetos e processos internos da companhia, os riscos para o negócio podem ser catastróficos.

No caso da Sala de Cálculo, além do tratamento de dados de produção e comercialização, há também a geração de informações utilizadas pela alta gestão para a tomada de decisões.

É um erro estratégico permitir que essas informações sejam livremente acessíveis a outras empresas, especialmente considerando o recente histórico de fechamento de unidades e privatizações.

Precisamos proteger a Petrobrás e acabar com a política entreguista e privatista oriunda do governo passado.

* O texto foi enviado por petroleiro da base que preferiu não se identificar.

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