Castello Branco contradiz gerente e afirma que não planeja demissões no Edisp

O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, gravou um vídeo no início da noite de terça-feira, 26, desmentindo o gerente executivo de gestão de pessoas da empresa, Claudio Costa, que ameaçou de demissão os trabalhadores do Edisp, sede administrativa da estatal em São Paulo. Na verdade, Castello Branco tentou amenizar o estrago que seu executivo causou na véspera, ao criar um clima de terror entre os empregados do prédio, durante reunião realizada a portas fechadas. Resta agora saber qual dos dois está falando a verdade.
Ao contrário do que afirmou o gerente executivo, Castello Branco declarou que não planeja demissões no Edisp. Segundo ele, os empregados serão remanejados para outras unidades da estatal e alguns trabalharão de casa. “As pessoas não serão direcionadas para refinarias, vão para localidades de custo mais baixo, para a redução do custo da Petrobrás. Algumas vão permanecer em teletrabalho. Não temos intenção, a priori, de demitir ninguém”, destacou.

Castello Branco informou que não existe um plano de demissões na Petrobrás, mas que está em estudo inicial um Plano de Demissão Voluntária (PDV). “Esse programa está começando a ser estudando, seus benefícios e seus custos, e decidiremos oportunamente. Quando for decidido, nós anunciaremos a todos os colegas, sempre agindo da forma mais transparente possível, porque todos vocês merecem o nosso respeito”, afirmou.

No vídeo, o presidente da Petrobrás disse ainda que as dependências do Edisp, que atendem o Conselho de Administração e a diretoria executiva, serão desocupadas imediatamente. “A diretoria e nem o Conselho vão utilizar qualquer área em São Paulo. Havia um sofisticado sistema de telepresença, que vai ser desativado. As pessoas que continuarem obrigatoriamente em São Paulo serão transferidas para um regime de coworking, cujo custo terá que ser igual ou inferior ao que temos no Edise (sede administrativa no Rio de Janeiro). No nosso prédio sede, o custo é de R$ 1800 por estação. Queremos algo parecido ou pouquinho abaixo, se for possível.
Os três veículos a serviço da diretoria da Petrobrás em São Paulo, segundo Castello Branco, serão desmobilizados. “Outra medida de redução de custos, que nós aprovamos hoje no Conselho de Administração, foi reajuste salarial zero para o presidente e os diretores executivos”, informou.

Certamente, Castello Branco ou Claudio Costa (ou os dois) está mentindo. A categoria só precisa ficar atenta para não cair na conversa fiada desse governo, que é craque em peripécias para confundir e estratégias de desdizer o que foi dito.

Posts relacionados

Petroleiras da FUP se reunem com diretora Clarice para tratar sobre retorno do Edisp

Maguila Espinosa

A quem interessaria a privatização da AMS?

Guilherme Weimann

Operações envolvendo informações privilegiadas da Petrobrás continuam sem respostas

Guilherme Weimann