Anunciada na quarta-feira (25), a privatização da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) é a segunda anunciada este ano pela Petrobrás
Por Federação Única dos Petroleiros
A gestão da Petrobrás anunciou na noite da última quarta-feira (25), a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada em Manaus (AM), junto com um terminal de armazenamento. A privatização é mais um crime contra a população, que já vem sendo penalizada com preços abusivos dos combustíveis, por conta de uma política que prioriza o lucro dos acionistas privados, sem qualquer preocupação com o consumidor.
A refinaria foi adquirida por US$ 189,5 milhões pela empresa Ream Participações, dos mesmos donos da Atem Distribuidora, em um processo sem transparência, que chegou a ser denunciado pelo Sindipetro Amazonas, por meio de uma Ação Civil Pública impetrada junto aos sindicatos de taxistas e de mototaxistas de Manaus.
Como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) vem alertando, as vendas da Reman e da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, criarão monopólios regionais privados, que comprometerão o abastecimento das regiões Norte e Nordeste, o que significará preços ainda mais caros para os combustíveis. O litro da gasolina já é vendido por mais de R$ 7 na região e vai disparar com a privatização das refinarias e terminais.
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Vale lembrar que o Tribunal de Contas da União (TCU) reiterou em relatório recente uma preocupação já explicitada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) no ano passado: a ausência de uma regulação para um mercado de refino com vários agentes causará sérios riscos de desabastecimento. Ou seja, além de pagar mais, a população pode até mesmo ficar sem os derivados.
A saída da Petrobrás do Norte e do Nordeste também terá impactos econômicos pesados para os municípios e estados, aumentando o desemprego e a miséria. “A gestão da Petrobrás, a mando da política entreguista de Bolsonaro e Paulo Guedes, entrega de bandeja um ativo de suma importância para o abastecimento da região Norte e também para seu desenvolvimento econômico e social. A população de Manaus, do Amazonas e de cidades e estados abastecidos pela Reman vão estar nas mãos de um agente privado, que irá impor preços e sequer terá obrigação de oferecer produtos”, explica Marcus Ribeiro, diretor do Sindipetro Amazonas.
O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, chama atenção para as arbitrariedades em torno da venda da Reman, feita às escusas e com preços abaixo do valor de mercado. “Novamente vemos um ativo de suma importância para a Petrobrás, para o país e, em particular para a região Norte, entregue a preço de banana, assim como ocorreu com a Rlam, na Bahia”, afirmou, lembrando que a venda das refinarias causa prejuízos a todo o país. “É uma forma da gestão da Petrobrás impor na marra o Preço de Paridade de Importação (PPI) como uma política de Estado e, assim, favorecer ainda mais o mercado”, alerta Deyvid.