Categoria luta por igualdade de direitos, PLR justa, por saúde e segurança, contra a escala 6×1 e contra o arrocho fiscal
Por Vítor Peruch
A Jornada Unificada de Lutas, convocada pela FUP e pela FNP, mobiliza trabalhadores do Sistema Petrobrás em todo o Brasil nesta semana, entre os dias 18 e 22 de novembro. No estado de São Paulo, o Sindipetro Unificado lidera uma série de mobilizações nos terminais da Transpetro, começando na segunda-feira (18) no terminal de São Caetano do Sul, seguindo na terça-feira (19) em Guarulhos, com ações programadas para Guararema na quinta-feira (21) e Barueri na sexta-feira (22).
As mobilizações visam fortalecer a luta da categoria por uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) justa, melhores condições de saúde e segurança, e contra o arrocho fiscal e a escala 6×1. Durante os atos, os diretores do Sindipetro Unificado têm destacado a importância da união da categoria para enfrentar os desafios impostos pela gestão da empresa.
“Precisamos estar unidos, e a consequência daquilo tudo que conseguimos será por conta da nossa disposição de luta”, afirmou Renato Felippe, diretor do Sindipetro Unificado.
A jornada de mobilizações também reforça a mensagem de que a Petrobrás e suas subsidiárias devem ser tratadas de forma igualitária. “O sentimento de todos é que a Petrobrás e a Transpetro são a mesma empresa, o mesmo símbolo, uma não sobrevive sem a outra. Não há nenhum motivo para ter qualquer diferenciação, essa diferenciação só serve para enfraquecer a Transpetro”, declarou o diretor do Sindipetro Unificado, Rodrigo Zanetti..
A defesa dos trabalhadores da Transpetro, frequentemente alvos de políticas discriminatórias, foi enfatizada pelo diretor do Sindipetro Unificado, Pedro Nascimento: “Não vamos admitir que a Petrobrás trate de forma discriminatória os trabalhadores da Transpetro, que são essenciais para garantir o funcionamento do Sistema. Além disso, estamos dialogando para que esse lucro exorbitante que a empresa vem apresentando se transforme em investimento.”
Nascimento também apontou para os riscos de privatizações e a necessidade de mobilização contra políticas entreguistas. “Na prática, vemos uma diáspora acontecer com outras empresas, como a SABESP, que estão sendo vítimas dessa mesma política entreguista. A única forma de conter esse movimento é mostrar que conseguimos nos organizar e mobilizar”, acrescentou.
Outro ponto crucial das mobilizações é a rejeição ao Programa de Remuneração Diferenciada (PRD), criticado por perpetuar desigualdades e ser uma continuidade do antigo PPP. Cibele Vieira, coordenadora-geral do Sindipetro Unificado e diretora da FUP, destacou os problemas do programa: “O PRD nada mais é que a continuidade do PPP. Ele segue como uma ferramenta de perseguição política, ao atrelar punições às metas do GD e manter uma relação desigual entre a alta gestão e os trabalhadores que não possuem função gratificada. Além disso, ele não é negociado coletivamente, o que fere o ACT que conquistamos no ano passado.”
A coordenadora-geral do Sindipetro também criticou as disparidades na Participação nos Lucros e Resultados, que beneficiam de forma desproporcional a alta cúpula da Petrobrás. “A gestão quer aumentar a PLR da alta cúpula enquanto mantém limitações para quem constroi a empresa no dia a dia. Não vamos aceitar que se perpetuem as desigualdades instauradas no governo Temer e reforçadas no governo Bolsonaro. Estamos em outro momento histórico, e é isso que a FUP e os sindicatos vão perseguir este ano”, afirmou Cibele.
Rodrigo Araújo, diretor do Sindipetro Unificado e trabalhador da Transpetro, destacou o papel estratégico das subsidiárias e a importância da unidade: “A campanha da PLR, como todas as outras negociações, é um momento fundamental de lutarmos pela unidade do Sistema Petrobrás. Já vimos o impacto na sociedade brasileira quando o sistema é atacado, casos como as privatizações da Liquigás, BR e das refinarias. Portanto, é muito importante que as subsidiárias tenham um olhar atento para seus trabalhadores, tal como petroleiros e petroleiras, que são importantíssimos para a geração dos resultados que o Sistema Petrobrás apresenta como um todo, além do retorno em forma de investimentos, empregos e tecnologia, para todos os brasileiros”.
As mobilizações desta semana são parte de um esforço contínuo para garantir condições de trabalho dignas e uma remuneração justa para todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás, incluindo as subsidiárias. A luta também engloba bandeiras históricas, como a redução de jornada sem redução de salário, e a defesa das políticas públicas ameaçadas pelo arrocho fiscal.
A Jornada Unificada de Lutas seguirá até sexta-feira, com o Dia Nacional de Luta marcado para 21 de novembro. A expectativa é que os atos intensifiquem a pressão sobre a Petrobrás e suas subsidiárias, mostrando que os trabalhadores não recuarão enquanto não houver avanços concretos nas pautas reivindicadas.