Sindicatos se unem na luta contra terceirização do Sistema Petrobrás

A iniciativa conjunta ocorre após anúncio de licitação que terceirizaria serviços nos setores de água e detritos de seis refinarias da estatal

Assembleias acontecem a partir de agosto para discutir, conjuntamente, ações adequadas contra as terceirizações na Petrobrás (Foto: Gibran Mendes)

Por Andreza de Oliveira

Após o processo de licitação apresentado no último mês pela Petrobrás, que terceiriza inicialmente 109 vagas em Estações de Tratamento de Água e de Despejos Industriais em diversas refinarias pelo Brasil, sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se uniram em uma mobilização conjunta. 

Em São Paulo, seriam 14 postos de trabalho terceirizados na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, e na Refinaria de Paulínia (Replan), em Paulínia – onde supervisores afirmaram, sem confirmação, que a licitação havia caído. 

Por isso, os sindicatos dos petroleiros Unificado de São Paulo (Sindipetro-SP), de São José dos Campos e Região (Sindipetro-SJC) e do Litoral Paulista (Sindipetro LP) decidiram promover assembleias em suas bases para discutir mobilizações e ações conjuntas pelo fim das terceirizações.

Leia também: Terceirização é privatização

“Esses atos são fundamentais para unificarmos a luta da categoria petroleira contra a precarização dos postos de trabalho e a retirada de direitos dos trabalhadores”, afirma Rafael Prado, diretor do Sindipetro-SJC.

Apesar de não terem entrado na licitação, a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, registra denúncias de terceirizações irregulares e a Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá, já opera com 36% dos trabalhadores terceirizados. 

“Com as mobilizações, pretendemos mostrar o que a Petrobrás quer com esse modelo de terceirização, que é reduzir custos, salários com uma mão de obra mais barata e direitos conquistados ao longo da história da categoria petroleira”, explica o dirigente e petroleiro do Sindipetro-SP, Juliano Deptula.

Terceirização contínua

Terceirização de postos de trabalho em unidades da Petrobrás não é novidade, relatos apontam que o processo já acontecia na segunda metade dos anos 70, com a contratação de funcionários para cozinha, limpeza e segurança das refinarias.

No último ano, as recentes licitações colocaram em risco também setores nunca terceirizados, como as unidades de saúde, laboratório e operação na RPBC. “Esse processo já aconteceu antes, a empresa terceirizou unidades auxiliares e, posteriormente, todas as outras, obrigando os trabalhadores a serem realocados para outras cidades e estados”, declara o dirigente do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP, Adaedson Costa.

Para nós, está muito claro que isso faz parte do processo privatista da Petrobrás, primeiro terceirizar alguns setores e depois os trabalhadores próprios precisam treinar essa mão de obra para assumirem posteriormente.

Adaedson Costa, secretário-geral da fnp e diretor do sindipetro-lp

Para ele, a luta conjunta dos petroleiros, independente da frente sindical, é muito importante para o enfrentamento do processo privatista pelo qual passa a estatal. “Queremos uma Petrobrás para os brasileiros, que atenda tanto aos anseios da população por preços de combustíveis justos, como também que tenha segurança jurídica para os empregados e segurança ambiental”, finaliza. 

Posts relacionados

Após dez anos parada, obra de conclusão da Fafen MS será retomada

Maguila Espinosa

Replan abre as portas para a agricultura familiar em sua Primeira Feira Agroecológica

Maguila Espinosa

FUP e FNP indicam rejeição da proposta de PLR e mobilizações

Maguila Espinosa