Os trabalhadores do HDT da Replan não fazem mais parte do PPEOB (Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno). As unidades de hidrotratamento foram excluídas do programa neste mês de abril e, a partir de agora, os operadores passam por avaliações somente do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).
A notícia pegou muitos trabalhadores de surpresa, já que as unidades continuam operando com benzeno. “Trabalhamos diariamente com o benzeno e o risco da exposição continua existindo, independentemente de ser abaixo de 1% na corrente. Todos sabemos que não existe limite seguro para exposição ao benzeno”, afirmou o diretor do Unificado Steve Austin Campos Rosa, que trabalha no HDT.
Na opinião do diretor do Unificado, Gilberto Soares, o Giba, que integra a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da Replan, a empresa poderia manter os trabalhadores no PPEOB, mas não faz isso para economizar, já que os serviços de avaliação médica e ambiental são contratados. Ele informou ainda que, em breve, o PPEOB também não atenderá mais os operadores da TE.
“Dentro da política de corte de gastos, a empresa pode fazer ajustes de várias maneiras, mas não existe economia com a saúde do trabalhador. A Petrobrás vinha investindo, de forma crescente, em melhorias referentes à prevenção do benzeno e agora põe em prática uma política contrária, a exemplo do que tem sido feito com a segurança”, declarou.
Concentração na corrente
Segundo o técnico de segurança da Higiene Ocupacional, Agnaleliro Batista, o Guina, que faz parte da equipe de avaliação ambiental, a corrente que apresentava perigo de maior concentração de benzeno no HDT foi eliminada e, por esse motivo, a unidade não está mais inserida no PPEOB. Ele disse ainda que está sendo realizada campanha de PPRA com os operadores de campo e o plano é refazer as avaliações em todos os setores da refinaria nos próximos três anos.
O PPEOB, de acordo com Guina, só é aplicado em setores que registram, no mínimo, 1% de concentração de benzeno na corrente. Neste caso, os trabalhadores passam por exames médicos semestrais e a avaliação ambiental é realizada, no máximo, a cada 64 semanas. Quando o volume de benzeno é abaixo de 1%, as avaliações são realizadas numa periodicidade menor, dentro do PPRA.
“No dia a dia, o benzeno está dentro das tubulações e abaixo da medição. O risco de exposição acaba sendo maior em situações de emergência, quando há vazamento, drenagem ou parada de manutenção”, declarou.