Petroleiros fortalecem mobilização nos atos “Sem Anistia” em defesa da democracia

Mais de 40 cidades brasileiras se uniram nos atos, exigindo justiça e reforçando a luta pelos direitos dos trabalhadores

Sem anistia
Mesmo debaixo de chuva, manifestantes se reuniram no MASP, em São Paulo, para exigir punição aos golpistas e defender a democracia. Diversas categorias, incluindo petroleiros, metroviários, professores e químicos, marcaram presença.
(Foto: Vítor Peruch/Sindipetro Unificado)

Por Vítor Peruch, com informações da CUT

Nesta terça-feira (10), manifestações “Sem Anistia” reuniram milhares de pessoas em mais de 40 cidades brasileiras. Convocados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), Frentes Brasil Popular, Povo sem Medo e outros movimentos sociais, os atos exigiram punição rigorosa para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado e nos planos de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Petroleiros marcam presença em São Paulo e Rio de Janeiro

Na capital paulista, o ato teve concentração no MASP (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, mesmo debaixo de chuva. Centenas de manifestantes ergueram suas bandeiras, entoando palavras de ordem contra os ataques à democracia. Durante os discursos, lideranças reforçaram a importância de ocupar as ruas e a necessidade de punição para os golpistas.

O diretor do Sindipetro Unificado, Rodrigo Araújo, destacou a mobilização de diferentes categorias. “Forte presença dos companheiros e companheiras metroviários, químicos, professores, papeleiros, trabalhadores da construção civil… são diversas categorias unidas contra a anistia para os golpistas, e nós, petroleiros, não poderíamos ficar de fora”, afirmou.

Rodrigo também ressaltou a importância da responsabilização dos envolvidos nos ataques ao estado democrático. “Perdoar e não punir criminosos que atentam contra a democracia do país é dar margem para que novas tentativas de golpes ocorram. A classe trabalhadora não pode permitir isso.”

Sem anistia
Mesmo debaixo de chuva, manifestantes se reuniram no MASP, em São Paulo, para exigir punição aos golpistas e defender a democracia. Diversas categorias, incluindo petroleiros, metroviários, professores e químicos, marcaram presença.
(Foto: Vítor Peruch/Sindipetro Unificado)

Após os discursos, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Paulista em direção ao centro da cidade, reafirmando a defesa da democracia e a luta pelos direitos sociais.

Já no Rio de Janeiro, o ato aconteceu na Cinelândia, reunindo diversas lideranças sindicais e políticas, além de trabalhadores de diferentes categorias. A coordenadora-geral do Sindipetro Unificado e diretora da FUP, Cibele Vieira, fez um discurso enfático sobre a necessidade de resistência ideológica contra a opressão.

“Anistiar golpistas, anistiar crimes da pandemia, não está simplesmente não punindo; estamos falando que os que eles fizeram naquele período e continuam fazendo é correto. Então é muito mais emblemático do que às vezes parece, não que por si só a simples punição já seria suficiente para gente estar nas ruas. Agora, a questão é ideológica contra todas as políticas de opressão. Já que quando nós, trabalhadores e trabalhadoras, mulheres, pretos e pretas, LGBTs, vamos às ruas pelos nossos direitos, aí para nós é cadeia e tortura e, em muitos casos, principalmente na população jovem, periférica, preta, é inclusive morte. Enquanto eles querem anistia para validar que podem nos oprimir, para nós é cadeia e morte. Esse pano de fundo é a disputa que vemos na sociedade.”

Pautas da classe trabalhadora

Além de exigir a punição aos golpistas, os atos também colocaram em evidência reivindicações fundamentais da classe trabalhadora, como o fim da escala 6×1, com redução da jornada de trabalho sem redução de salários; a taxação dos mais ricos; a garantia de investimentos na saúde e na educação, sem redução de gastos; contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estupro; pela redução da taxa de juros; contra o genocídio da juventude negra e a violência policial e pela valorização do salário mínimo e das aposentadorias.

O presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart, ressaltou a importância do ato para que fique claro que a tentativa de golpe foi orquestrada não só no 8 de janeiro, mas que o golpe vinha há dois anos sendo orquestrado, planejado para que quando o presidente Lula ganhasse as eleições não tomasse posse.

“Eles arquitetaram a morte, o assassinato do presidente da República. Eles arquitetaram o assassinato do ministro do Supremo, do vice-presidente. Portanto, nós precisamos avisar. Golpe, não vai ter anistia; prisão aos golpistas”, declarou.

O dirigente alertou ainda que o ato de hoje só foi possível porque não teve um golpe, porque se tivesse, muitos dos companheiros estariam presos, estariam mortos.

sem anistia
Petroleiros e petroleiras estiveram presentes em São Paulo e no Rio de Janeiro na lut apela democracia (Foto: Vítor Peruch/Sindipetro Unificado)

“Por tudo isso é muito importante a gente vir para as ruas, lutar e dizer, não vai ter golpe, não vai ter anistia. Viva a luta da classe trabalhadora, viva a luta na unidade. Juntos somos fortes e vamos caminhar juntos para dizer, viva a democracia do Brasil e do nosso país, viva o presidente Lula. Saúde, presidente Lula, que logo vai estar de volta em Brasília, vai continuar governando o nosso país, gerando emprego e fazendo o nosso país crescer”.

A presidenta do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias do Estado de São Paulo, Camila Lisboa, destacou que as tentativas golpistas de 2022 são um reflexo de um passado não enfrentado pelo país. “A tentativa golpista de 2022 aconteceu porque o país não passou a limpo a articulação golpista de 1964. É por isso que 60 anos depois, não podemos aceitar nenhuma anistia. Nós queremos a prisão de Bolsonaro, de Braga Netto e de toda corja golpista que não queria aceitar o resultado das eleições de 2022.” Camila também criticou o governo estadual, apontando os riscos que ele representa. “Estamos com o estado de São Paulo governado pela figura Tarcísio de Freitas, que é quem a Rede Globo mais tenta naturalizar, mas é justamente esse projeto que é extremamente agressivo com a população, que é extremamente agressivo com os serviços públicos.”

Posts relacionados

Petroleiras da FUP se reunem com diretora Clarice para tratar sobre retorno do Edisp

Maguila Espinosa

FUP chama Conselho Deliberativo para decidir próximos passos da negociação de PLR

Vitor Peruch

Após problemas na suspensão da cobrança dos empréstimos, atendimento está regularizado

Maguila Espinosa