Alimentos serão entregues a famílias em situação de vulnerabilidade na próxima semana
Por Guilherme Weimann
Nesta quinta-feira (13), aposentados que já foram vacinados contra a covid-19 se reuniram na sede do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), em Campinas (SP), para organizar os alimentos que foram arrecadados entre os dias 27 de abril e 7 de maio.
Por meio de um mutirão de trabalho, foram montadas 116 cestas de alimentos não perecíveis. Arroz, óleo, sal, macarrão, açúcar, café, farinha de milho e feijão são alguns dos produtos, doados por meio da solidariedade da categoria petroleira, que serão destinados a famílias em situação de vulnerabilidade – agravada pela pandemia da covid-19.
A distribuição das cestas ocorrerá ao longo da próxima semana, no entorno de escolas localizadas no Campo Grande, Ouro Verde, Santa Lúcia e Satélite Íris – bairros periféricos nos quais o Sindipetro-SP mantém diálogo desde o início do ano passado, quando foram doadas centenas de alimentos orgânicos, botijões de gás e produtos de higiene.
De acordo com o coordenador da Associação Beneficente e Cultural dos Petroleiros (ABCP), Silvio Marques, existe a perspectiva de transformar a iniciativa em uma campanha permanente até o final deste ano.
“Essa cestas mostram o espírito dessa categoria, que é aguerrida, tem consciência política e sempre cultivou a solidariedade de classe. E vamos incentivar ainda mais o espírito de solidariedade, na expectativa de arrecadar mensalmente entre 80 e 100 cestas até dezembro”, afirma Marques.
Pobreza
De acordo com levantamento da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc), o município de Campinas bateu recorde em abril no número de famílias inscritas no programa Bolsa Família, chegando a 41.747, alta de 30% em comparação a março de 2020, quando começou a pandemia.
O levantamento considera que foram beneficiadas 114,4 mil pessoas, o que corresponde a 9% da população que está vivendo em situação de pobreza. Deste total, o levantamento considera que pelo menos 34.027 famílias estariam em condição de extrema pobreza sem o benefício.
“Nós estamos cumprindo um papel que é do Estado. Esse aumento da pobreza é resultado de uma política negligente em relação à pandemia, que não foi atrás das vacinas necessárias e que continua negando o auxílio emergencial. Quem tem fome, tem pressa”, opina Marques.
De acordo com o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP), a redução do auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200 para uma média de R$ 250 levará 61,1 milhões de pessoas a viverem na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza.