Primeiras assembleias indicaram estado de greve em repúdio aos processos de privatização na Petrobrás; votações continuam até o dia 3 de abril
Por Guilherme Weimann
No início desta sexta-feira (24), diversas bases representadas pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) aprovaram estado de greve contra os processos de privatização que ainda não foram suspensos na Petrobrás. Foram realizadas assembleias na Refinaria de Paulínia (Replan), na Refinaria de Capuava (Recap), no Terminal de Guarulhos, no Edifício Sede da Petrobrás (ESBRAS) e na Transpetro em Brasília.
No dia 17 de março, a diretoria da Petrobrás, que ainda é ocupada por indicados do governo Bolsonaro, aprovou a continuidade da venda da Lubnor (CE) e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, na contramão do que defende o presidente da companhia, Jean Paul Prates, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Já na última quarta-feira (22), sob pressão das mobilizações da categoria, o Conselho de Administração (CA) aprovou a nova diretoria da empresa, indicada pelo presidente Prates, que tomará posse no dia 29 de março.
“Desde o período eleitoral, o presidente Lula afirmava que todas as privatizações seriam interrompidas. Por isso, precisamos garantir que o projeto que ganhou nas urnas seja, de fato, implementado. Para isso, temos que nos manter mobilizados para barrar de vez as vendas na nossa empresa”, afirma a diretora do Sindipetro-SP e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira.
Além disso, os petroleiros estão aprovando uma contribuição extraordinária de 1,5% dos salários durante quatro meses (não inclui férias, benefício educacional etc.) com o objetivo de apoiar as mobilizações previstas para o próximo período – 50% desse valor serão destinados à FUP e 50% ficarão com o Sindipetro-SP.
Assembleias como essas estão sendo realizadas pelos outros 12 sindicatos filiados à FUP. Nas bases do Sindipetro-SP, elas ocorrerão até o dia 3 de abril. Confira aqui o calendário.