No mesmo dia da distribuição de dividendos bilionários, empresa propõe aumento salarial equivalente a menos da metade da inflação acumulada; FUP indica rejeição das propostas
Com informações da FUP
Na última segunda-feira (20), dois fatos se mostraram paradigmáticos das prioridades da atual gestão da Petrobrás. Nesse dia, a empresa distribuiu a primeira parcela da remuneração aos acionistas, aprovada em maio, no valor de R$ 24,25 bilhões – no total, os acionistas receberão R$ 48,5 bilhões –, mas ofereceu apenas 5% de reajuste salarial aos seus trabalhadores.
A porcentagem é menos da metade da inflação acumulada nos últimos 12 meses, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está em 11,73%. Além disso, o setor de Recursos Humanos da Petrobrás sugeriu retirar o plano de saúde dos trabalhadores (AMS) do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Por isso, o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reuniu virtualmente ontem (22) e deliberou pela rejeição da proposta feita pela companhia. Além disso, indicou a realização de assembleias, até o dia 8 de julho, para que os petroleiros possam ratificar o repúdio aos itens apresentados.
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De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), os custos com empregados em 2021 não passaram de 5,76% (R$15,1 bilhões). Por outro lado, os demais custos (produtos e serviços vendidos, vendas e despesas gerais e administrativas) totalizaram R$262 bilhões.
“Diante de tantos ataques da gestão bolsonarista à empresa e aos direitos dos trabalhadores, a categoria que ama e veste com orgulho a camisa da Petrobrás está indignada e mostrará isso nas assembleias com a ampla participação e aprovação dos indicativos”, ressaltou o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.
Em breve, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) divulgará seu calendário de assembleias.