Nova empresa que assumiu o serviço em março reduziu o salário em aproximadamente 50% e retirou o vale alimentação de todos os trabalhadores
Desde o início desta semana, os operadores do Pátio de Coque, da Refinaria de Paulínia (Replan) – a maior da Petrobrás e do país –, estão parados. Eles são terceirizados da Pronto Express, empresa que assumiu essa atividade em março, após vencer o edital oferecido pela companhia. Desde então, reduziu o salário em aproximadamente 50%, cortou o vale alimentação e ainda diminuiu drasticamente a PLR (participação nos lucros e resultados), o que levou os trabalhadores a deflagrar a greve nesta segunda-feira (8).
“Essa empresa deveria levar em consideração os custos reais para sobreviver atualmente, com todas as despesas que um trabalhador necessita para sobreviver dignamente. Ao invés disso, ganhou um edital e reduziu drasticamente os salários oferecidos pelo serviço em detrimento do lucro”, aponta o diretor do Sindipetro Unificado, Steve Austin.
Além dos impactos na vida dos trabalhadores, a greve também pode interferir na produção da Replan, responsável por cerca de 20% de todos os derivados de petróleo produzidos no país (gasolina, diesel, gás de cozinha, GLP, etc.). A Unidade de Coque é a última etapa da produção e, caso não tenha escoamento, pode “travar” todo o restante da refinaria. Além disso, pode afetar a indústria que depende dos seus insumos, como o carvão.
“Como consequência da Lava Jato, houve uma mudança na lei que legisla sobre os contratos com empresas terceirizadas. A partir disso, o que vale é o menor valor oferecido pelo serviço, não tendo nenhum indicativo de como essa empresa vencedora lidará com os trabalhadores. Isso tem que mudar urgentemente”, afirma Austin.
Como forma de solidariedade, o Sindipetro Unificado iniciará Reuniões Setoriais com os trabalhadores próprios do Coque a partir desta quinta-feira (11) para deliberar as possíveis ações em relação a essa paralisação.