Na lista dos 10 maiores produtores de petróleo do mundo, Brasil apresenta a terceira gasolina mais cara; na América do Sul, preço do combustível brasileiro fica atrás apenas do Uruguai e do Chile
Por Guilherme Weimann
De acordo com levantamento da Global Petrol Prices, o Brasil tem uma das gasolinas mais caras em comparação aos maiores produtores de petróleo do mundo. Com um preço médio de R$ 6,75 por litro nos postos de combustíveis, o país (9º maior produtor) possui a terceira gasolina mais onerosa, ficando atrás apenas da China (6º maior produtor), onde o litro custa R$ 6,94, e do Canadá (4º maior produtor), onde o litro custa R$ 7,17.
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No caso da China, os altos preços dos combustíveis podem ser explicados pelo fato do país não possuir autossuficiência, apesar de grande produtor da commodity. Em 2020, a importação bateu recorde, atingindo uma média de 542,4 toneladas ou 10,85 milhões de barris de petróleo por dia (bpd).
Os outros grandes produtores, entretanto, costumam fornecer derivados de petróleo por um preço mais acessível à população local. Na ordem dos maiores produtores: nos Estados Unidos (1º maior produtor), o litro é vendido por R$ 5,42; na Arábia Saudita (2º maior produtor), por R$ 3,39; na Rússia (3º maior produtor), por R$ 3,81; no Canadá (4º maior produtor), por R$ 7,17; no Iraque (5º maior produtor), por R$ 2,80; na China (6º maior produtor), por R$ 6,94; nos Emirados Árabes Unidos (7º maior produtor), por R$ 3,99; no Irã (8º maior produtor), por R$ 0,32; no Brasil (9º maior produtor), por R$ 6,75; no Kuwait (10º maior produtor), por R$ 1,90.
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Na América do Sul, a gasolina brasileira só não é mais cara que a uruguaia e a chilena. A lista dos países que apresentam a gasolina mais cara é: Uruguai (R$ 8,78); Chile (R$ 6,76); Brasil (R$ 6,75); Paraguai (R$ 6,16); Peru (R$ 6,11); Argentina (R$ 5,24); Equador (R$ 3,65); Colômbia (R$ 3,32); Bolívia (R$ 2,94); Venezuela (R$ 0,21).
Motivos para a alta da gasolina no Brasil
Em outubro de 2016, uma mudança na precificação dos combustíveis nas refinarias da Petrobrás tem refletido até hoje no bolso dos brasileiros. Inaugurado durante o governo de Michel Temer e seguido à risca por Jair Bolsonaro, o preço de paridade de importação (PPI) passou a definir as tarifas a partir da variação internacional do barril de petróleo, da cotação do dólar, dos custos de logística, além de uma espécie de taxa de seguro.
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Com isso, os preços dispararam. No início do PPI, em outubro de 2016, o litro da gasolina era vendido pelas refinarias às distribuidoras por R$ 1,42. Atualmente, o litro do combustível é fornecido por uma média de R$ 3,19 – um reajuste de 124,6% se comparado ao período anterior.
Os preços nas bombas de combustíveis – que ainda contam com os custos de distribuição, revenda e impostos estaduais e federais – também subiram. Em outubro de 2016, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio de revenda era de R$ 3,66. Ainda de acordo com a agência reguladora, no último mês de outubro, o litro da gasolina foi vendido em média por R$ 6,34 – um aumento de 73,2%.