Em SP, sindicalistas reivindicam salários iguais e maior participação na política

Milhares de mulheres se reuniram na Avenida Paulista por mais direitos e contra o governo Bolsonaro

Nesse 8M, mulheres saíram às ruas por igualdade de direitos e contra as contra as políticas de Bolsonaro (Foto: Fábio Medina)

Por Guilherme Weimann e Mari Miloch | Fotos: Fábio Medina

“A chuva vem pra lavar nossa alma”, define Lucineide Varjão, presidenta da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) e co-presidenta da IndustriALL na América Latina e Caribe. Apesar da forte chuva que caiu em São Paulo (SP), milhares de mulheres se reuniram na Avenida Paulista, neste domingo (8), para reivindicar igualdade de direitos, denunciar a violência de gênero e repudiar as políticas do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Lucineide, a pauta trabalhista sofreu perdas significativas no atual governo. “Nos últimos anos houve reforma trabalhista e reforma da previdência, o que mudou significativamente a vida dos trabalhadores e, especialmente, das trabalhadoras. As estatísticas mostram que as mulheres lideram o desemprego”, afirma a sindicalista.

Mulheres ganham 22% a menos que os homens e têm menores taxas de empregos (Foto: Fábio Medina)

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em análises da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, enquanto a taxa de desocupação entre homens é de 9,2%, entre as mulheres a porcentagem chega a 13,1%.

Essa desigualdade no mundo do trabalho também foi ressaltada por Célia Assis, da Secretaria da Mulher Trabalhadora do Sindicato dos Químicos de São Paulo. “Eu acho que ainda a pauta principal das mulheres é contra a violência, mas a busca por salários iguais também é muito importante. Nós fazemos muito mais pra ganhar muito menos”, denuncia Célia.

“Nós fazemos muito mais pra ganhar muito menos”, denuncia a sindicalista Célia Assis (Foto: Fábio Medina)

Ainda segundo o Dieese, mulheres ganharam 22% a menos que os homens em 2019. Entre trabalhadores com nível superior, a diferença salarial entre homens e mulheres foi de 38% – R$ 6.292 contra R$ 3.876 mensais, respectivamente.

Além disso, a desigualdade de gênero também afeta o mundo sindical. “Precisamos lutar por mais participação das mulheres na política em todos os segmentos, inclusive no mundo sindical. O movimento sindical é extremamente machista, é um espaço no qual as mulheres brigam e lutam cotidianamente para estarem ali. Uma das principais pautas é esse pleno exercício da democracia nos espaços políticos para as mulheres”, explica Lucineide.

A vereadora assassinada há dois anos, Marielle Franco, foi lembrada em todos os atos do país (Foto: Fábio Medina)

Além de São Paulo, o 8M, como foi chamado o Dia Internacional de Luta das Mulheres, aconteceu em todas as capitais do país. Em praticamente todas as ações, a vereadora Marielle Franco foi lembrada. Neste dia 14 de março, seu assassinato, ainda sem um desfecho policial, completa dois anos.

Posts relacionados

Petroleiras da FUP se reunem com diretora Clarice para tratar sobre retorno do Edisp

Maguila Espinosa

CD da FUP reafirma luta pela isonomia e indica rejeição da contraproposta de PLR

Maguila Espinosa

Petroleiras criticam aprovação da PEC do Estupro pela CCJ da Câmara

Maguila Espinosa