Na Recap, um simulado de emergência não comunicado confundiu e atrapalhou todos os trabalhadores da refinaria – que não sabiam se tratava de um acidente ou do treinamento
Na manhã da última segunda-feira (22), a gestão da Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá (SP), aplicou um simulado de emergência não comunicado a todos nós, trabalhadores da unidade, o que gerou muita confusão e alvoroço.
Estávamos nos mobilizando quando, de repente, passa um caminhão de bombeiros com a sirene ligada e, logo em seguida, mais um, ambos acima da velocidade permitida dentro da refinaria, que é de 30 km/h.
Logo pensei que algo grave estivesse acontecendo, mas olhei ao redor e não vi sinal de fumaça e nem de perigo. Perguntei para o colega ao lado sobre o alarme de emergência, ele respondeu que também não havia escutado.
Ao sintonizar na faixa da Segurança, ouvimos o pessoal falando de combate ao fogo num tanque e resgate de vítima. Isso deixou o pessoal mais apreensivo ainda, sem saber se aguardava orientação ou já começava a se dirigir aos pontos de encontro.
E foram minutos daquele questionamento entre os colegas, uns achando que era simulado, outros que era uma ocorrência real. “Alguém avisou? Você ficou sabendo? Eu também não, então não é simulado!”, afirmou um dos trabalhadores.
Fato é que demorou para termos certeza de que era um simulado. Imagine se algum trabalhador saísse correndo apavorado?
Os simulados são necessários, mas a força de trabalho precisa ser comunicada para saber se é pra participar ou continuar trabalhando, assim ninguém se assusta. Realizar esse tipo de atividade, sem aviso prévio e em plena segunda-feira, é arriscado. Tinha colega ali que ainda nem havia acordado do final de semana.
*Texto enviado por petroleiro que preferiu não se identificar