Petrobrás mantém postura evasiva em relação às reivindicações por benefícios e contra punições políticas

Por Bronca do Peão
A Petrobrás apresentou, na reunião do dia 28 de novembro, realizada para tratar das reivindicações dos trabalhadores da Usina Termelétrica (UTE) de Três Lagoas, uma resposta ao pleito da categoria, aprovado por unanimidade e com adesão de 100% da operação já no primeiro dia de mobilização. Essa mobilização demonstrou à gestão a determinação dos trabalhadores em lutar pelo cancelamento da punição do companheiro Wellinton — punido politicamente por participar da greve de 2020 —, pela atualização do benefício educacional, que permanece defasado para parte dos trabalhadores, e por uma proposta de adicional de transferência compatível com a realidade das cidades envolvidas.
Infelizmente, o que presenciamos foi uma repetição do mesmo padrão de respostas, em que o esforço significativo dos interlocutores se deparou com a falta de compreensão da gestão, que não apresentou soluções efetivas para nenhum dos pleitos.
A reunião começou abordando o benefício educacional, com o reconhecimento de que mudanças são necessárias e que estudos já estão em andamento. Esse reconhecimento é um passo importante, mas insuficiente para atender a uma reivindicação antiga e reconhecidamente justa.
Quanto ao adicional de transferência, foi informado que o ajuste já foi realizado e que não há estudos ou intenções de alterar o benefício. Além disso, a gestão recusou o pedido de transparência sobre os critérios usados para calcular o valor do adicional, alegando tratar-se de uma informação “sensível”. Essa falta de clareza torna difícil compreender as discrepâncias absurdas entre as regiões do país, que chegam a mais de 200% de diferença.
A maior decepção, no entanto, foi relacionada à suspensão do companheiro Wellinton, punido politicamente por sua participação na greve de 2020. Durante a reunião, foi apresentada a proposta de conversão da punição ao completar cinco anos, no próximo ano, mas com a manutenção dos seus reflexos. Essa decisão perpetua a intimidação e a coação como métodos de gestão, contradizendo os valores que a alta gestão afirma querer implementar.
Além disso, é necessário reafirmar que, além de Wellinton, outros três trabalhadores foram vítimas de punições arbitrárias semelhantes, todas revertidas na Justiça. Não queremos a conversão da punição de Wellinton, mas sim seu cancelamento, pois sua aplicação foi produto da instrumentalização das ferramentas da Petrobrás para atender vaidades individuais.
A manutenção dessa punição ou uma possível “passada de pano” mostraria que, aparentemente, os valores da Petrobrás são relativos e não absolutos, pois os “podres poderes” incrustados nos cargos riem e desrespeitam a proposta de humanização defendida pela empresa.
Fiquem atentos às redes sociais do Sindipetro Unificado e às comunicações individuais. Informaremos os próximos passos da mobilização, que será retomada com muita criatividade, ousadia e alegria após a resposta decepcionante que tivemos na mesa de negociação!