Petroleiros denunciam contradições na Petrobras, criticando elitismo regional e punições que desvalorizam trabalhadores de pequenas unidades
O abandono histórico de uma política de Recursos Humanos que reconheça os desafios de viver longe dos grandes centros urbanos, aliado a uma gestão que transforma a punição em ferramenta de coação e intimidação (a mesma que hoje arrota moral e ética), deixa marcas profundas na realidade das pequenas unidades espalhadas pelo Brasil.
O elitismo regional também evidencia essas contradições. Ele pode ser observado tanto nas tabelas do benefício educacional quanto no adicional de transferência. O simples fato de o trabalhador morar no estado de São Paulo já é suficiente para dobrar o valor do benefício, mesmo que a unidade que ele trabalha esteja no Mato Grosso do Sul, como é o caso da UTE-LCP, o que fere o princípio da isonomia e expõe de forma cirúrgica a desvalorização das pessoas pelo simples fato de morarem em determinados lugares.
Nas profundezas, entretanto, está a perversidade mais alarmante: o caso da punição do companheiro Wellington. Essa punição é uma cicatriz deixada por uma conjuntura política que destruiu a saúde mental das petroleiras e petroleiros.
Embora as preocupações da alta gestão em humanizar as competências dos gestores sejam extremamente necessárias e reais, elas precisam ultrapassar o papel e se tornar realidade prática. A manutenção dessa punição deveria ser um sinal de alerta para a alta gestão, mas apenas se o que está escrito no papel tiver algum valor na vida real.