Os trabalhadores da Replan que integram a atual gestão da CIPA enfrentam algumas dificuldades, que têm prejudicado a eficiência e as atividades do grupo. Um dos problemas é a postura arbitrária do presidente da comissão, que parece mais preocupado em cercear as ações da CIPA e reduzir horas extras do que, efetivamente, prevenir acidentes.
Como exemplo, o presidente estabeleceu que cada cipista não poderia integrar mais de um grupo de trabalho estabeleceu que cada cipista só pode participar de um único grupo de trabalho. A determinação autoritária, segundo os trabalhadores, vai contra a premissa da CIPA e as atribuições da NR-5.
Os cipistas afirmam que o presidente já chega nas reuniões com as proposições previamente negociadas com o RH, engessando todo o planejamento e trabalho da comissão. “Ele se baseia em uma gestão de horas e trabalho como se a CIPA, formada por trabalhadores eleitos e indicados, fosse uma gerência do presidente”, criticam os companheiros.
Turno
Outro problema apontado é a orientação dada aos cipistas do turno, para que realizem atividades dos GT’s somente quando estiverem em horário administrativo. Dessa forma, o trabalhador terá que se ausentar do seu turno, gerando uma dobra em seu posto, e essa dobra parcial será feita por um petroleiro proveniente do turno da zero hora. Isso contraria a matéria divulgada no próprio portal da Petrobrás, na qual a empresa reconhece os efeitos da fadiga e sua relação com os principais acidentes na indústria nos últimos 40 anos, expondo um trabalhador ao risco sem a real necessidade.
A medida também vai contra recomendações anteriores da gerência local, que proíbe a troca envolvendo zero hora e treinamento de brigada.
Na contramão
Após mais de cinco meses de mandato, os cipistas têm encontrado ainda uma série de entraves gerenciais, que dificultam o cumprimento do plano de atividade da CIPA, impedindo a realização de ações fundamentais para a prevenção de acidentes, como inspeções, atualização de mapas de risco e investigação de acidentes.
Há complicações, principalmente na gestão de horas extras, que sempre exige a notificação por meio de DIP para realização dos trabalhos, pouca mobilidade de datas para os integrantes se organizarem e o gerenciamento de HH (Homem Hora).
Mais uma vez, lamentam os membros da comissão, a empresa caminha na contramão de boas práticas de SMS e retira a autonomia de uma comissão tão importante como é a CIPA.