Mais uma terceirizada deixa de prestar serviços por falta de pagamento
Por Luiz Carvalho
O pesadelo dos trabalhadores que prestam serviço de transporte de pessoal na Transpetro parece não ter fim. Após a JPTE ter o contrato rescindido em janeiro de 2019 e não pagar os motoristas, a Araubras, segunda colocada no processo licitatório, também anunciou nessa segunda-feira (9) a rescisão do compromisso com a empresa e a consequente demissão sob alegação de calote.
Em nota, a Araubras alega “desequilíbrio econômico e financeiro e inadimplência superior a 90 dias por parte da Transpetro”. Porém, a fiscalização refuta essa versão.
Segundo a direção do Unificado, o serviço seria impraticável sob qualquer circunstância já que os valores apontados na proposta de licitação vencida pela JPTE, que permaneceram os mesmo para Araubras, davam claros sinais de insuficiência para cumprir o pagamento de itens básicos como salários e vale alimentação.
Os valores apontados na proposta de licitação vencida pela JPTE, que permaneceram os mesmo para Araubras, impediam o pagamento de itens básicos como salários e vale alimentação.
Com o rompimento do contrato a e indefinição sobre quem passará a prestar os serviços de transporte, tanto os petroleiros do administrativo quanto do turno passaram a ser atendidos por táxis.
O Unificado se coloca à disposição dos trabalhadores demitidos e irá cobrar a gestão da Transpetro para que apresente uma solução o mais rápido possível e garanta o pagamento de todas as verbas rescisórias.
Coordenador da Regional São Paulo do Unificado, Luiz Felipe Grubba, destaca ainda que a situação demonstra os prejuízos que o aprofundamento da terceirização, reforçado por medidas como a Medida Provisória (MP) 922/20, do governo Jair Bolsonaro, podem trazer à classe trabalhadora.
“O mesmo contrato e um ano depois vemos o mesmo resultado, os trabalhadores do transporte da Transpetro na mão. A gestão sabia dos problemas desse contrato, a Araubras também e mesmo assim optaram por manter porque sabiam que essa bomba iria estourar na mão dos motoristas, como aconteceu no ano passado. É a lógica da terceirização sem limites, de aumentar o lucro diminuindo o investimento ao máximo, que sempre deixar um rastro de prejuízos financeiros e sociais. E o que vemos é esse cenário apenas aumentar com medidas como a MP 922, que permite a contratação de temporários nos órgãos públicos”, criticou.