Integrantes do MAB e do MTST participaram de debate com a direção do Sindipetro-SP
Por Marina Azambuja, especial para o Sindipetro-SP
Na última semana, durante o seminário da direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) apresentaram suas perspectivas sobre o papel da categoria petroleira na atual conjuntura política.
A bate-papo, que ocorreu na última quarta-feira (10), foi mediada pelo diretor do Sindipetro-SP e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Arthur Bob Ragusa, e contou com as participações do agrônomo e coordenador nacional do MAB, Gilberto Cervinski, e do doutor em Ciência Política pela USP e integrante do MTST, Philippe Scerb.
O militante do MTST, Philippe Scerb, abriu os debates apontando o difícil acesso à moradia pela população mais vulnerável e marginalizada, devido ao desamparo do Estado e à falta de organização da sociedade. Para o cientista político, existe uma precarização integral da vida dos trabalhadores e, consequentemente, uma necessidade de organização e compreensão da atual dimensão política do país por parte dos movimentos populares.
Para o cientista político, o próximo governo que assumir o poder deve estar relacionado com a coletivização da base.
“Chegamos neste lugar porque hoje não há uma alternativa muito concreta para sair do pesadelo”, apontou Scerb.
Já o coordenador nacional do MAB, Gilberto Cervinski, fez um panorama geral sobre a política brasileira e como o povo está sendo afetado pelas privatizações e a falta de políticas públicas.
Cervinski destacou que a importância de analisar a atual situação brasileira perante uma perspectiva industrial, primeiro com a visão do setor energético e posteriormente sob um ponto de vista da cadeia produtiva do petróleo.
O militante também destacou que as privatizações podem afetar ainda mais a população, com destaque para a venda da Eletrobras, que deve aumentar em até 25% a conta de energia.
Outro ponto salientado por Cervinski foi a importância dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda observarem como a burguesia brasileira reagirá no próximo período. “Estamos entrando em outro período histórico, que é de médio e longo prazo, no qual vão ocorrer grandes transformações. É o último giro da burguesia. Eles já experimentaram de tudo, ditadura, neoliberalismo e fascismo. O que eles têm a oferecer? Não têm nada a oferecer, a não ser repetir o que já fizeram”, concluiu.