Via Sindipetro Bahia
Nessa quinta-feira (23), completa um ano desde que a BR Distribuidora – subsidiária da Petrobrás – foi privatizada. De lá para cá, o que mudou? Apesar de estar localizada no Stiep, bairro nobre de Salvador, a sede da ex-subsidiária na Bahia é o retrato do abandono.
Fechada, a filial não recebe sequer manutenção. A direção do Sindipetro Bahia obteve informações de que parte do teto do prédio principal da empresa desabou, centenas de trabalhadores terceirizados foram demitidos e os funcionários concursados sofreram forte assédio moral para pedirem demissão através de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) instituído à época pela nova direção da BR.
Já os que resolveram permanecer na empresa tiveram seus salários drasticamente reduzidos e viram seus direitos antigos e históricos serem retirados pela nova gestão. Além disso, lidam constantemente com o acúmulo de função, uma vez que a companhia passou a operar com um número reduzido de funcionários.
O que acontece na Bahia também é realidade da BR em outros estados. O objetivo da empresa, agora privada, é lucrar fácil e rapidamente para garantir o retorno do investimento dos seus acionistas e, ao mesmo tempo, ter lucros elevados a partir de forte redução de custos, que prejudicam diretamente aqueles que são os principais responsáveis pelos resultados da empresa, que são os seus trabalhadores, sejam eles diretos ou terceirizados.
Se com a BR Distribuidora, companhia de tamanho médio, aconteceu essa destruição, o que pode ocorrer com empresas como a Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, entre outras, se sofrerem esse processo de privatização, que é defendido pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é muito mais perverso. O que aconteceu com a BR é reflexo do sucateamento de estatais predatório do modelo econômico de Guedes.
De fato, com a privatização da BR Distribuidora o Brasil ficou mais pobre. Contudo, os empresários ganharam, e muito, às custas dos trabalhos daqueles que vieram antes, através de investimentos feitos pela Petrobrás, enquanto empresa pública, que possibilitou com que a BR se transformasse na maior empresa do ramo de comercialização e distribuição de combustíveis do país, que, inclusive já garantiu o abastecimento de derivados de petróleo nos rincões do Brasil.
Hoje, a BR Distribuidora vai apenas onde há um rendimento econômico garantido. A empresa se tornou seletiva e prioriza as grandes cidades, não se interessa por locais de difícil acesso ou pequenos centros, principalmente no Norte e no Nordeste do Brasil, onde o lucro costuma ser menor.
A direção do Sindipetro Bahia repudia o processo de privatização que empobrece o país e retira direitos dos trabalhadores e faz um alerta à sociedade para que entenda que é preciso defender o patrimônio público para atual e futuras gerações.
O diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, foi ao prédio onde funcionava a sede da empresa na Bahia e constatou o abandono do local. Veja o vídeo: