Um vazamento ocorrido no HDT no dia 18 de março provocou uma enorme nuvem tóxica, que se espalhou pelas instalações da Replan. Para evitar uma tragédia, a operação das unidades do Coque 1 e 2 foi interrompida. Felizmente, não houve vítimas.
O vazamento ocorreu por volta das 17h na unidade 283 do HDT. Um operador manuseava a válvula de desvio da bateria de aquecimento do circuito de reação, quando estourou a gaxeta do equipamento, ocasionando vazamento de diesel, hidrogênio e H2S.
Uma nuvem tóxica tomou conta do local e dois operadores que trabalhavam na unidade evacuaram, imediatamente, a área. A fim de evitar que os gases encontrassem uma fonte de ignição (faísca), o que poderia provocar uma explosão seguida de um incêndio de grandes proporções, foi necessário parar as unidades do Coque 1 e 2. A brigada de incêndio despressurizou a unidade e controlou o vazamento.
Fora das especificações
Segundo apurações, o acidente ocorreu devido à gaxeta ter sido mal dimensionada e estava fora das especificações. “A execução do serviço de manutenção não foi adequada, pois a folga da gaxeta deveria ser de 1mm e estava com 4mm”, afirmou o diretor do Sindicato Steve Austin Campos Ruy.
A situação preocupa o Sindicato, já que a política de economia de custos da Petrobrás atinge até mesmo a manutenção dos equipamentos e não garante segurança ao trabalhador. “Depois de uma parada é inadmissível que haja um acidente como o ocorrido no HDT. Quem nos assegura que essas paradas de manutenção, feitas na correria e sem planejamento, não tenham deixado outras falhas?”, questionou.
Investigação
Para apurar o ocorrido, foi aberta uma comissão de investigação de acidentes na empresa, que conta com a participação do Sindicato. “Vamos acompanhar todo o processo e se, necessário for, denunciaremos mais uma vez a política de desinvestimento e o descaso com a vida do trabalhador no sistema Petrobrás”, destacou Steve.