Valquimar, Kima, Professor, Joaquín: diversas facetas de um lutador incansável

O Sindipetro-SP presta homenagem a Joaquín Piñero, dirigente do MST falecido nesta última quinta-feira (11) vítima de câncer

Da esquerda para a direita: Deyvid Bacelar (coordenador da FUP), Joaquín Piñero (MST) e Auzélio Alves (Sindipetro-SP), durante inauguração do campo Dr. Sócrates Brasileiro, em 2017 (Foto: Reprodução)

Por Guilherme Weimann

Faleceu, na noite da última quinta-feira (11), Valquimar Reis Fernandes, também conhecido como Joaquín Piñero, ou Kima, para os companheiros mais próximos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A morte ocorreu após uma extensa batalha contra o câncer, que durou cerca de seis meses.

Nascido no município de Ji-Paraná, em Rondônia, Joaquín entrou cedo na luta pela reforma agrária, o que o levou a peregrinar por diversas regiões do Brasil. Em uma delas, na cidade de Boituva (SP), foi preso injustamente em novembro de 1999 após participar de um protesto contra medidas neoliberais do então governador Mário Covas (PSDB).

Nos seis meses em que passou encarcerado na Penitenciária de Itapetininga, prontificou-se a dar aulas no curso de supletivo a outros 45 colegas confinados – todos passaram de ano. O “Professor”, como passou a ser chamado, também incentivava leituras de autores como Che Guevara, Fidel Castro, Lênin, Caio Prado Júnior e Florestan Fernandes.  “A gente socializava essa leitura e alguns presos, depois, vinham falar em ‘mais-valia’”, afirmou Joaquín em entrevista à Folha de S. Paulo.

Solto por meio de um habeas corpus, continuou sendo perseguido pelo judiciário e, por isso, adotou o nome Joaquín Piñero, o qual não quis mais abandonar mesmo após se livrar das condenações arbitrárias.

Joaquín atuou no setor de relações internacionais do MST, sendo um dos representantes na Articulação dos Movimentos Populares da ALBA. Mas foi no Rio de Janeiro onde teve uma atuação mais duradoura, sendo responsável pela criação e coordenação do jornal impresso Brasil de Fato RJ e, posteriormente, do Armazém do Campo RJ.

Joaquín era violeiro, poeta e um incansável lutador pela reforma agrária e pelos direitos de toda a classe trabalhadora. O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) se solidariza com todos os militantes do MST e à família – Karla, sua esposa, e Anahí e Yara, suas duas filhas.

Valquimar, presente!

Kima, presente!

Professor, presente!

Joaquín, presente!

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