Conjuntura nacional, desafios da nova gestão da Petrobrás e processos jurídicos foram os principais temas debatidos no encontro em Mauá
Por Guilherme Weimann e Mari Miloch
Nesta terça-feira (14), o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) realizou, na Regional Mauá, a primeira reunião mensal com os aposentados deste ano de 2023. Os encontros têm como objetivo debater a conjuntura política geral, além de temas da categoria petroleira e, mais especificamente, dos aposentados e pensionistas da Refinaria de Capuava (Recap).
O diretor do Sindipetro-SP, Auzélio Alves, apontou explicou o atual cenário da direção da Petrobrás. “O Jean Paul Prates assumiu o comando [da Petrobrás] porque o antigo presidente aceitou um cargo na gestão do governo do Tarcísio, aqui em São Paulo. Mas os outros conselheiros indicados pelo Bolsonaro ainda se mantém lá, se negaram a sair. Isso só vai acontecer no final de abril”, explicou Alves, que completou dizendo que as mudanças estruturais na empresa ainda podem demorar para acontecer.
Mas, mesmo com as trocas prevista para o Conselho de Administração, avanços podem depender do poder de mobilização da categoria petroleira. Essa é a opinião do coordenador geral do Sindipetro-SP, Juliano Deptula: “Nós só vencemos o fascismo a partir de uma grande coalizão. E isso também se reflete na Petrobrás, ou seja, só vamos conseguir avançar nas nossas pautas pressionando a gestão, com muita mobilização”.
Além da conjuntura do Brasil e da Petrobrás, também foram feitos informes jurídicos
Foi destacada a importância da mobilização para avançar nas pautas específicas da categoria
A próxima reunião está marcada para o próximo dia 11 de abril, às 10h
Além dos encontros, o sindicato está realizando atendimento diários com os associados
A retomada do papel da Petrobrás como indutora da economia brasileira também foi destacada tanto pelos integrantes da direção do sindicato como pelos aposentados presentes. Diversos falas destacaram a importância da categoria se mobilizar para garantir que a empresa volte a atender aos interesses do povo brasileiro, ao invés de ser gerenciada em função de interesses privados – focada principalmente na distribuição de dividendos aos acionistas.
Informes jurídicos
Como de costume nas reuniões mensais dos aposentados de Mauá, o advogado do sindicato, Francisco Coutinho realizou informes de ações em andamento, tirou dúvidas e opinou sobre mudanças que não dependem apenas do esforço jurídico.
“Está cada vez mais comum, infelizmente, os golpes financeiros contra pessoas de mais idade. É importante reforçar aqui que nem o sindicato e nem o nosso escritório jurídico solicitam qualquer tipo de depósito”, explicou Coutinho.
Além disso, o advogado informou sobre a ação que o sindicato está movendo contra o aumento da margem consignável de 13% para 30% da AMS, o plano de saúde dos trabalhadores da Petrobrás e de seus dependentes. “Há dois anos, entramos com uma ação contestando o aumento da margem consignável de 13% para 30%. A ação foi indeferida, mas entramos novamente com recurso. Outros nove sindicatos de petroleiros ganharam ações semelhantes, então esperamos conseguir uma decisão favorável em segunda instância. Mas não tenho dúvida de que isso precisa ser tratado politicamente, no próximo acordo coletivo, por exemplo”, afirmou Coutinho.
A próxima reunião dos aposentados está marcada para o dia 11 de abril, às 10h.