“Se necessário, faremos mais uma greve geral”

Cibele Vieira e Bob Ragusa na abertura do Curso de Realidade Brasileira

“A primeira greve geral, realizada em 28 de abril, foi um alerta. Se for necessário, faremos uma nova greve geral, ainda mais forte”, declarou a coordenadora do Unificado, Cibele Vieira, na abertura do Curso Realidade Brasileira (CRB), que aconteceu dia 12, no auditório da Regional Campinas. A atividade debateu o tema “Perspectivas Políticas e Econômicas para o Brasil Pós-Golpe” e contou com a presença da militante do Levante Popular da Juventude e doutoranda em desenvolvimento econômico na Unicamp, Juliane Furno.
Cibele fez um histórico dos acontecimentos que motivaram o golpe no Brasil. Falou sobre a descoberta do pré-sal e sua importância para o país, a espionagem do Wikileaks, o leilão de Libra, a Lava Jato e, poucos meses depois, a divulgação da crise do balanço da Petrobrás.
Segundo ela, a Price (empresa de auditoria) usou a desculpa da corrupção na Petrobrás para abrir a empresa para escritórios norte-americanos, que tiveram acesso a tudo, inclusive ao mapeamento do pré-sal. “O Brasil deveria estar hoje entre os países que mais têm petróleo e mais produz no mundo, mas os golpistas estagnaram esse processo e iniciaram o desmonte da empresa”, afirmou.
“Um ano de governo Temer e a economia não para de piorar e o desemprego aumentar. A cada dia, o povo adere mais às mobilizações e nossa saída é a luta. E se eles não entenderem o recado, a gente vai dar outro e outro até eles entenderem”, destacou Cibele.

Flexibilização
Juliane abordou os aspectos econômicos do golpe, comentou sobre as reformas Trabalhista e da Previdência e garantiu que nenhum país que flexibilizou suas leis trabalhistas teve ganhos econômicos. “O que gera empregos no Brasil não é flexibilizar a legislação e sim o crescimento econômico”, apontou.
A flexibilização, de acordo com ela, é uma estratégia para atrair grupos políticos em busca da exploração da mão de obra. “Isso não gera empregos, gera precarização”, disse.
Na opinião de Juliane, as reformas propostas não têm sustentação. “Isso só aumenta a crise, porque é mais gente desempregada e menos dinheiro movimentando a economia. As propostas vão colocar o Brasil de novo na rota dos países periféricos”.

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